Vindos dos quatro pontos cardeais da União Europeia, os jovens europeus têm um grito comum pelo seu futuro: acabar com a precariedade e conseguir uma oportunidade de trabalho, refere a Efe.
A taxa de desemprego jovem na UE é de 16,2%, quase 10 pontos acima da média do grupo comunitário, segundo dados do Eurostat.
Com um mercado de trabalho que prejudica cada vez mais as gerações mais jovens, com taxas de desemprego muito elevadas e depois de terem sofrido uma pandemia que turvou ainda mais as expectativas para o futuro, os jovens participantes chegaram ao coração da Europa determinados a pedir mudanças para melhorar as suas perspetivas.
É o caso de Adrián de Cien, um madrileno de 23 anos, que recentemente terminou os estudos em Turismo e que este fim de semana participa neste painel de cidadãos (onde um terço dos participantes têm menos de 25 anos) juntamente com instituições europeias na sede do Parlamento europeu, em Estrasburgo, em França, a fim de definir as principais linhas de atuação que a UE deverá seguir nos próximos anos.
“Estamos diante de um mercado de trabalho que tem muita gente por onde escolher e que não aposta nas novas gerações se não tivermos alguma experiência. Querem profissionais totalmente formados e não nos dão oportunidade, embora estejamos muito entusiasmados”, lamenta De Cien.
Cristian Benítez, de 20 anos oriundo de Barcelona, que está tirar uma licenciatura em Gestão Administrativa, admite que para ele o futuro profissional, especialmente em Espanha, parece “hoje” bastante difícil.
Os painéis de cidadãos “são algo para o qual podemos contribuir, do ponto de vista dos jovens, com novas ideias, como a questão da educação ou o desemprego jovem”.
“Podemos finalmente ter voz e sermos tidos em conta”, afirma Álvaro Henche, de 22 anos e de Saragoça, que inicia este ano um mestrado, após a licenciatura em Administração de Empresas.
“Espero que a UE pense nos jovens, em dar-nos um futuro, e que quando acabarmos os estudos não nos deem um trabalho de graça ou mal remunerado, mas oportunidades, pois também temos o direito a oportunidades de trabalho”, afirma Rocío Tovío, um jovem de 19 anos de Cádis, por sua vez, à Efe.
Os mais jovens cresceram nos anos mais complicados e polémicos da União Europeia, aprenderam muito cedo o que eram a “troika” e a austeridade, viram como a precariedade laboral entre os jovens e as desigualdades socioeconómicas aumentaram, e viram mais de uma vez como os países não são capazes de dar respostas unitárias nos momentos mais importantes.
No entanto, acreditam na necessidade da UE como projeto político e na sua possibilidade de se reformar para responder melhor às preocupações da sua geração.
O futuro da UE passa também por fazer da palavra “união” um “sentimento” entre os Estados-membros, porque “é isso que viemos fazer aqui”, disse María Lopez, 22 anos, da Corunha.
“Numa metáfora, a União Europeia é um grupo de amigos que precisam de se conhecer”, concluiu.
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