"Não há meios financeiros para a pagar", disse José Manuel Fino sobre a dívida à CGD, durante a sua audição e do irmão na comissão parlamentar de inquérito à recapitalização e gestão do banco público.
José Manuel Fino adiantou que "a situação atual é de incumprimento porque a Investifino não tem mais património do que deu como garantia à Caixa".
Este património eram, sobretudo, ações da Cimpor, entretanto vendidas, ações do BCP desvalorizadas, e ainda da construtora Soares da Costa, empresa em reestruturação.
Uma das soluções apresentadas por José Manuel Fino para pagamento das dívidas à Caixa era a "alienação da participação na Cimpor", mas segundo o administrador "não era essa a vocação industrial do grupo".
O filho de Manuel Fino disse ainda que estava a ser estruturada uma reestruturação e "uma abertura de capital de subsidiárias internacionais, que permitiria o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas sem pôr em causa o futuro da Cimpor".
José Manuel Fino sugeriu ainda que a colocação em bolsa de 49% da subsidiária brasileira [da Cimpor] daria um encaixe próximo de mil milhões de euros.
"Aquilo que nos restou foi aquilo que manda o bom senso. É vender. Não iríamos ficar no mercado com uma posição de 10%, isolados", disse o responsável em resposta ao deputado do PS Fernando Anastácio.
José Manuel Fino disse ainda não ter "entendimento para aquilo que se passou a 31 de março de 2012 [OPA da Camargo Corrêa à Cimpor]", mas que podia "tirar algumas ilações de coincidências que se passaram desde 2010 até hoje".
"Quando a esfera de poder se transfere para fora de quem são os responsáveis pela criação de valor, é difícil", disse sobre a passagem de poder para fora da Cimpor, acrescentando que "não havia uma leitura correta sobre o valor" da cimenteira.
O filho de Manuel Fino disse ainda que o pai "investiu tudo o que era o seu património nesta última aventura empresarial".
"Então o que é hoje o grupo Fino?", perguntou o deputado do PS Fernando Anastácio. "Não existe", respondeu José Manuel Fino.
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