Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgados no documento "Impostos e taxas com relevância ambiental", referem que o aumento de 10,5% registado no ambiente é superior àquele apontado para o total da receita de impostos e contribuições sociais, que foi de 2,8%.
"Em 2016, o valor dos impostos com relevância ambiental ascendeu a 4,796 mil milhões de euros, correspondendo a 7,5% do total das receitas de impostos e contribuições sociais coletado (7,0% em 2015)", especifica o INE.
A receita com o conjunto dos impostos sobre produtos petrolíferos e energéticos, sobre veículos e imposto único de circulação representou cerca de 97% do total dos impostos com relevância ambiental.
O imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos aumentou 11,2% enquanto o crescimento do imposto sobre veículos foi de 17,5% e o do imposto único de circulação foi 4,5%, na comparação com 2015.
Sobre as taxas com relevância ambiental, são divulgados dados de 2015, quando atingiram 1,404 mil milhões de euros, ou 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), mais 5,3% que em 2014, refletindo sobretudo o aumento da cobrança das taxas de recolha e tratamento de resíduos sólidos e das taxas de salubridade e saneamento, explica o INE.
As taxas de recolha e tratamento de lixo e as de saneamento representaram 90% da receita arrecadada com as taxas ambientais, naquele ano.
Relativamente aos sistemas de gestão de resíduos baseados numa taxa Ecovalor, voltou a registar-se uma redução da receita (de 5,9%) face a 2014, explicada pela redução da receita com a taxa de gestão do sistema de reciclagem de embalagens de vidro, papel, plástico, metal e madeira.
Para a comparação com os restantes países da União Europeia (UE), o INE também só dispõe de dados de 2015, quando em Portugal o "peso dos impostos com relevância ambiental no total das receitas de impostos e contribuições sociais" atingiu 7%, valor superior à média europeia (6,3%).
Em 2015, o peso dos impostos com relevância ambiental no PIB em Portugal foi igual ao da média da UE a 28.
Na análise da receita fiscal por tipo de contribuinte, o INE aponta que, em 2015, as famílias contribuíram tanto para estes impostos, como os ramos de atividade.
As famílias contribuíram mais para a receita dos impostos sobre a poluição (56,9%), sobre os recursos (56,6%) e sobre os transportes (54,4%).
Os ramos de atividade económica contribuíram mais para os impostos sobre a energia (49,9%).
Nas famílias, cerca de 70% da tributação com relevância ambiental tem como origem os impostos sobre a energia.
Os impostos com relevância ambiental incidem sobre bens e serviços que possuem um impacto negativo potencial sobre o ambiente.
O INE explica que a edição deste ano integra duas alterações metodológicas, uma decorrente da reclassificação da taxa de recursos hídricos como um imposto sobre a poluição que estava classificado na categoria de 'Impostos sobre os recursos' e outra relacionada com o cálculo das taxas de recolha e tratamento de resíduos sólidos e das taxas de salubridade e saneamento.
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