A empresa agrícola luso-brasileira Veracruz está a realizar um investimento que vai totalizar os 50 milhões de euros, relacionado com a plantação de amendoais nos concelhos do Fundão e de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, e com a construção de uma fábrica de descasque de amêndoa, que foi reconhecido pelo Governo com o estatuto de Potencial Interesse Nacional (PIN).
“É um projeto simbólico, em primeiro lugar, porque mostra a capacidade que hoje Portugal tem de atrair investimento estrangeiro. É um investimento que vai ser feito numa região do interior de Portugal, de uma enorme dimensão e é essencialmente de capital estrangeiro”, disse hoje aos jornalistas o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas, no Fundão, no final da sessão de apresentação do projeto.
Miguel João de Freitas valorizou ainda o investimento, por significar “que o setor agrícola é um setor dinâmico e capaz de captar investimento”.
O governante também destacou a filosofia do projeto agrícola: “Nós vamos ter aqui um projeto intensivo, mas de intensificação sustentável e inteligente. Isso significa, acima de tudo, que fazem-se projetos pensando nos territórios e pensando nas pessoas”.
Segundo o secretário de Estado, o projeto vai utilizar tecnologia avançada no bom uso de recursos (água e solo) e procura usar tecnologia “para melhor aplicar tudo o que tem a ver” com os tratamentos químicos necessários.
Sendo um projeto “numa região carente de investimento”, o Governo “tinha que dar um passo em frente”, reconhecendo-o como PIN, rematou Miguel João de Freitas.
Os promotores preveem investir um total de 50 milhões de euros nos próximos três anos, sendo que têm em curso um investimento de 26,3 milhões na plantação de um amendoal de dois hectares distribuídos entre os concelhos de Idanha-a-Nova e do Fundão.
O empresário David Carvalho, adiantou que a Veracruz tenciona fazer a plantação de 500 hectares de amendoal por ano e que a fase de plantação estará concluída “daqui a três anos”.
No final do segundo ano será construída a unidade fabril para descasque da amêndoa, mas a sua localização ainda não está definida.
Com o projeto, a empresa pretende “transformar a região” e criar cerca de 150 postos de trabalho diretos e indiretos, segundo David Carvalho.
O objetivo é colocar Portugal como sendo “um grande produtor de amêndoa”, disse.
O outro sócio, Filipe Rosa, adiantou que é desejo dos promotores afirmarem o projeto como “de muita relevância nacional e internacional” e “uma referência de qualidade do ponto de vista agrícola”.
O empresário referiu que a empresa já adquiriu cinco herdades agrícolas nos concelhos do Fundão e de Idanha-a-Nova e na sua estratégia de atuação pretende ser líder na inovação tecnológica como a utilização de estações para medição do consumo de água e de fertilizantes e a realização de poda e de colheita mecanizadas.
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