O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia mundial cresça 3,2% este ano, depois da expansão de 3,6% em 2018, recuperando para um crescimento de 3,5% em 2020.
Trata-se de estimativas que estão 0,1 pontos percentuais abaixo das projeções de abril para os dois anos, revela hoje a instituição na atualização do seu ‘World Economic Outlook’.
Já no relatório divulgado em 09 de abril, o Fundo tinha revisto em baixa a sua estimativa para o crescimento da economia mundial para 3,3% em 2019, menos 0,2 pontos percentuais face à estimativa de janeiro, mantendo a previsão de uma expansão de 3,6% para 2020.
“O crescimento global permanece subjugado. Desde o relatório de abril, os Estados Unidos aumentaram ainda mais as tarifas sobre algumas importações chinesas e a China retaliou aumentando as tarifas sobre um conjunto de importações norte-americanas”, indica o FMI.
A instituição adianta que “as cadeias de abastecimento de tecnologia à escala global foram ameaçadas pela perspetiva de sanções dos Estados Unidos, a incerteza relacionada com o ‘Brexit’ continuou e o aumento das tensões geopolíticas agitou os preços da energia”.
O FMI indica também que a recuperação do crescimento económico projetada para 2020 “é precária” e presume uma estabilização nas economias emergentes e em desenvolvimento e “progressos no sentido de uma resolução de diferenças na política comercial”.
O Fundo indica também que, nos últimos meses, quer o investimento quer a procura por bens duradouros foram moderados quer nas economias avançadas quer nas emergentes, com empresas e famílias a continuarem a adiar despesas com impacto no longo prazo.
Para o Produto Interno Bruno (PIB) das economias desenvolvidas, o FMI antecipa um crescimento de 1,9% este ano (mais uma décima que em abril) e de 1,7% em 2020 (a mesma previsão do relatório anterior).
Para a zona euro, a instituição manteve em 1,3% a previsão de crescimento este ano, antecipando uma expansão de 1,6% em 2020 (mais 0,1 pontos percentuais que em abril).
Para o PIB dos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, o FMI desceu a previsão de crescimento para 4,1% este ano (menos 0,3 pontos percentuais que em abril), e 4,7% em 2020 (menos uma décima).
No relatório hoje divulgado, o FMI indica também que “os riscos para as previsões são sobretudo negativos” e incluem um adensar das tensões comerciais e tecnológicas que penalizam o sentimento dos agentes económicos e abrandam o investimento, um aumento prolongado da aversão ao risco, que exponha a continuação das vulnerabilidades financeiras acumuladas após anos de juros baixos.
E outro risco identificado pelo FMI são "as crescentes pressões desinflacionárias que aumentam as dificuldades do serviço da dívida, restringem o espaço da política monetária para conter o abrandamento económico e tornam os choques adversos mais persistentes que o normal".
Neste sentido, o Fundo indica que “ações políticas multilaterais e nacionais são vitais para fortalecer o crescimento global”.
Relativamente à política orçamental, o FMI considera que, nas economias avançadas, deve ter em conta vários objetivos: favorecer a procura conforme necessário, proteger os mais vulneráveis, reforçar o crescimento económico potencial com despesas que apoiem reformas estruturais e assegurar contas públicas sustentáveis no médio prazo.
“As prioridades em todas as economias passam por aumentar a inclusão, fortalecer a resiliência e abordar as restrições ao crescimento do produto potencial”, destaca o Fundo.
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