Na atualização ao 'World Economic Outlook' (relatório com as previsões económicas mundiais) divulgada hoje, o FMI está mais otimista para a zona euro, esperando agora que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça mais 0,3 pontos percentuais em 2018 e 2019 do que o estimando anteriormente.
Ainda assim, o FMI estima que o ritmo do crescimento da economia dos países do euro abrande este ano e no próximo, depois de crescer 2,4% no conjunto do ano passado.
A nível europeu, o Fundo destaca ainda a melhoria das estimativas económicas da Alemanha (com o PIB alemão mais 0,5 pontos percentuais do que o previsto em 2018 e 2019, 2,3% e 2%, respetivamente) e a Itália (mais 0,3 e 0,2 pontos, respetivamente para 1,4% e 1,1% em 2018 e 2019), "refletindo o momento forte na procura interna e uma maior procura externa".
Por outro lado, o crescimento económico em Espanha foi revisto ligeiramente em baixa para 2018, de 2,5% para 2,4%, devido aos "efeitos do aumento da incerteza política na confiança e na procura", relacionados sobretudo com a crise política na Catalunha.
Economia mundial cresce 3,9% em 2018 e 2019
O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais otimista e espera agora que a economia mundial cresça 3,9% em 2018 e 2019, mais 0,2 pontos percentuais do que estimou anteriormente, influenciado pelo "bom momento" do ano passado.
Na atualização ao 'World Economic Outlook' (relatório das previsões económicas mundiais) divulgado hoje, o FMI melhorou também a estimativa para 2017, antevendo agora que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial tenha crescido 3,7% no conjunto do ano passado (mais 0,1 pontos percentuais do que o estimado em outubro).
Nesse sentido, a instituição liderada por Christine Lagarde deixa um conselho: o ciclo económico é "uma oportunidade ideal para avançar com reformas" e que são "prioritárias" para todas as economias de modo a "impulsionar o produto potencial e para fazer com que o crescimento seja mais inclusivo".
"É expectável que o momento forte que se viveu em 2017 se mantenha em 2018 e 2019", afirma a instituição, explicando que a revisão em alta se deve à atividade económica das economias avançadas, onde se estima que o crescimento "exceda os 2% em 2018 e 2019".
A estimativa do FMI reflete a expectativa de que as condições financeiras globais favoráveis e o sentimento económico forte "vão manter a recente aceleração na procura, especialmente no investimento, com um impacto notório no crescimento das economias exportadoras".
Além disso, acrescenta a instituição sediada em Washington, a reforma fiscal nos Estados Unidos e os estímulos fiscais associados deve "aumentar temporariamente" o crescimento económico do país, com impacto também nos parceiros comerciais do país, especialmente Canadá e México, durante esse período.
Nesse sentido, o crescimento económico dos Estados Unidos foi revisto em alta de 2,3% para 2,7% em 2018 e de 1,9% para 2,5% em 2019.
A previsão de crescimento económico do Japão também foi revista em alta para 1,2% em 2018 (mais 0,5 pontos percentuais do que o previsto anteriormente) e para 0,9% em 2019 (mais 0,1 pontos).
A estimativa do crescimento agregado nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento para 2018 e 2019 manteve-se inalterada nos 4,9% e 5%, respetivamente, depois de um crescimento de 4,7% em 2017, embora existam "fortes diferenças" entre regiões (prevendo-se um crescimento de 6,5% na Ásia emergente e de 1,9% na América Latina este ano), afirma o FMI.
As economias do Médio Oriente, do norte de África, do Afeganistão e do Paquistão também deverão recuperar em 2018 e 2019, mas a um ritmo que continua limitado em torno dos 3,5%.
O FMI alerta ainda para os riscos a estas previsões no médio prazo: pelo lado positivo, a recuperação económica pode ser mais forte do que o esperado; pelo negativo, está a possibilidade de um aumento mais rápido do que o previsto da inflação e das taxas de juro nas economias avançadas, bem como a tensão geopolítica e as crises institucionais em algumas partes do mundo.
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