O estudo, feito com o apoio da Ernst & Young – Augusto Mateus & Associados (EY-AM&A), aponta a possibilidade de “reduções de exportações portuguesas para o Reino Unido entre -1,1% e -4,5%, reduções de fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) dirigidos a Portugal entre -0,5% e -1,9% e reduções de remessas de emigrantes entre -0,8% a -3,2%”, que “podem fazer-se repercutir na economia portuguesa, decorrentes da contração prevista para a economia britânica no horizonte do período de transição”.
Por isso, segundo o documento a que a Lusa teve acesso, a “médio-longo prazo, a alteração do quadro de relacionamento entre o Reino Unido e a UE encerra um risco forte para as exportações de bens e serviços portuguesas, que pode resultar em reduções potenciais das exportações globais entre cerca de 15% e 26%, dependendo do tipo de relacionamento comercial futuro que vier a ser estabelecido”.
Para os autores, “resulta claro um sinal de que os efeitos podem ser muito significativos, tendo em conta que o Reino Unido é o 4.º mercado de destino das exportações portuguesas de bens e o primeiro das exportações de serviços”.
Por outro lado, são também identificadas oportunidades para as empresas portuguesas no âmbito do ‘brexit': “Potenciar esse papel de parceiro de Portugal pode permitir, por um lado, explorar oportunidades de empresas portuguesas substituírem, enquanto fornecedores do Reino Unido, produtores localizados em outros países da UE, potenciando a integração de Portugal em cadeias de valor ancoradas no Reino Unido”, lê-se no estudo.
“Os impactos potenciais estimados ao nível dos produtos indicam que atividades como as alimentares e as químicas ou farmacêuticas comportam produtos em que parecem existir oportunidades efetivas de Portugal substituir outros países enquanto fornecedor do Reino Unido que, exploradas com sucesso, podem permitir uma difusão transversal das experiências”.
Os serviços financeiros poderão também colher benefícios com o ‘brexit’, salienta o documento.
O Reino Unido vai deixar a União Europeia em março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos após o referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do ‘brexit’.
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