Já em termos homólogos, face a agosto de 2019, o aumento da dívida pública é de 14,88 mil milhões de euros.
O valor absoluto da dívida pública em agosto (267,114 mil milhões de euros) é o mais alto desde o início da série divulgada pelo Banco de Portugal (que se inicia em 1995).
De acordo com a informação divulgada hoje pelo banco central, para o aumento da dívida pública na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas), face a julho, "contribuíram essencialmente as emissões de títulos de dívida, no valor de 2,6 mil milhões de euros".
Já os ativos em depósitos das administrações públicas aumentaram 5,4 mil milhões de euros, pelo que a dívida pública líquida de depósitos totalizou 242,6 mil milhões de euros em agosto (neste caso, menos 2,9 mil milhões de euros em relação a julho, mas mais 9,3 mil milhões de euros face a agosto de 2019).
O último valor do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) é referente a junho, quando a dívida pública na ótica de Maastricht representava 126,1% do PIB (acima dos 119,5% de março último).
A presidente da agência de dívida pública IGCP disse na quarta-feira, no parlamento, que a dívida pública tem aumentado em 2020 devido à crise da covid-19 depois da tendência de queda registada entre 2015 e 2019, mas que acredita que o aumento seja temporário e que a tendência de subida seja "interrompida".
Em 23 de setembro, no reporte a Bruxelas sobre Procedimento dos Défices Excessivos, o Ministério das Finanças estimou que a dívida bruta das Administrações Públicas (consolidada) vai subir para 133,8% do PIB no final do ano. Este valor fica acima dos 114,9% estimados em março, mas abaixo dos 134,4% avançados no Orçamento do Estado Suplementar.
Em 2019, segundo os resultados provisórios avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a dívida bruta consolidada das Administrações Públicas foi de 249.985,1 milhões de euros, correspondente a um rácio de 117,2% do PIB.
O primeiro-ministro disse na terça-feira que Portugal "recorrerá integralmente" aos cerca de 15,3 mil milhões de euros em subvenções que poderá receber do fundo de recuperação europeu, mas que não utilizará a fatia de empréstimos deste programa uma vez que a dívida pública já é alta.
"Portugal tem uma dívida pública muito elevada e assume sair desta crise mais forte do ponto de vista social, mas também mais sólido do ponto de vista financeiro. Por isso, a opção que temos é recorreremos integralmente às subvenções e não utilizaremos a parte relativa aos empréstimos enquanto a situação financeira do país não o permitir", afirmou António Costa, no encerramento da sessão "Portugal e União Europeia, Programa de Recuperação e Resiliência", na Fundação Champalimaud, em Lisboa.
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