“Se se chegar à conclusão de que é preciso reforçar o orçamento da saúde, não estou a ver nenhum partido a dizer que não, por muito que isso custe sacrificar uma ou outra área ou, neste ano que é muito especial, em termos de subida do défice”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
No final de uma visita ao município de Vila do Bispo, Marcelo recorreu-se das palavras do ex-Presidente Jorge Sampaio para reafirmar “que a vida nem começa nem acaba no défice”.
“O défice é muito importante, mas se for provado que, efetivamente, é preciso mais uns tantos zero vírgula qualquer por cento pela urgência de reforço do orçamento da saúde e os partidos entenderem que assim deve ser, pois assim deve ser”, sublinhou.
Marcelo defendeu que, numa altura em que o orçamento para 2021 “está em cima da mesa” e que a pandemia "ainda vai sobrar para o ano que vem”, é preciso responder à questão concreta se “há profissionais em número suficiente, sim ou não”.
O Presidente da República considerou importante saber se “nos termos” em que os concursos são abertos “permitem a progressão de carreira”, que "haja novo pessoal a entrar em funções" ou se “é preciso mais pessoal”.
“Este é um debate e uma discussão que tem de ser feita serenamente”, adiantou.
Questionado pelos jornalistas no final daquela que foi a sua última vista a todos os municípios algarvios após o impacto da covid-19 no turismo da região, Marcelo Rebelo de Sousa realçou também que “não basta haver ventiladores, é preciso haver equipas que assegurem os cuidados intensivos com esses ventiladores”.
Deixando uma palavra de apoio e reconhecimento aos profissionais da saúde que estão, “muitos deles, cansados e esgotados”, o Presidente da República destacou que estão “nisto há muitos meses e sabem que vão continuar nisto muitos meses também”.
Marcelo Rebelo de Sousa vai iniciar na próxima semana uma consulta a várias personalidades da área da saúde, começando pela ministra da tutela, Marta Temido, mas recebendo também o atual e os ex-bastonários da Ordem dos Médicos, outros bastonários das áreas ligadas à saúde, ex-ministros da saúde, sindicatos e confederações sindicais e patronais, no que serão “duas ou três semanas muito importantes”, adiantou.
O Presidente da República revelou que no final dessas consultas gostaria de encontrar um “consenso de pontos de vista”, quer “quanto à evolução da pandemia e das medidas para a enfrentar”, mas também de que “há um equilíbrio entre a preocupação com a vida e a saúde e a não paragem radical da economia e da sociedade portuguesa.
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