“Os colaboradores bilaterais que não são membros do Clube de Paris representam 37%, entre os quais 11% da China”, da dívida destes países, afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Baptiste Lemoyne, numa audição realizada hoje perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, citado pela agência France-Presse.
“Seria, de certa forma, inconveniente para os membros do Clube de Paris tomarem iniciativas sem a adesão dos outros”, acrescentou o responsável, que insistiu numa “ação coordenada a nível internacional”.
Lemoyne referiu que o tema será debatido numa reunião do Conselho de Desenvolvimento do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 15 de abril.
Na quarta-feira, o chefe da diplomacia francesa, Jean Yves Le Drian, pediu uma moratória sobre os pagamentos das taxas de juro e até uma “anulação ou reestruturação da dívida” nos países africanos mais afetados pela pandemia da covid-19.
A China investe anualmente milhares de milhões de dólares no continente africano, contribuindo para infraestruturas como estradas, caminhos de ferro ou portos.
Numa cimeira China-África em setembro de 2018, Pequim prometeu que 15 mil milhões de dólares (13,7 mil milhões de euros) em apoios e empréstimos sem juros, assim como 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) em investimentos no continente africano.
Estes investimentos, bem recebidos pelos países africanos, acabam por aumentar a dívida e a dependência dos Estados de Pequim, segundo os críticos do gigante asiático.
Para o combate à pandemia da covid-19, a França anunciou na quarta-feira que iria ceder 1,26 mil milhões de euros para apoiar África a enfrentar a doença provocada pelo novo coronavírus.
Por seu lado, a União Europeia garantiu a concessão de “mais de 20 mil milhões de euros” aos países mais vulneráveis para os ajudar a combater a pandemia da covid-19.
A covid-19 provocou 572 mortos em África e há o registo de 11.400 casos em 52 países, enquanto 1.313 pessoas já recuperaram, de acordo com os mais recentes dados sobre a pandemia no continente.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.
Dos casos de infeção, mais de 312 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
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