“As projeções macroeconómicas que hoje anunciámos significam três coisas: Significam que o ciclo de investimento se iniciou, que o ciclo de exportação não se interrompeu, mas significam também que precisamos ainda de maior volume de investimento”, afirmou.
Ao intervir no encerramento de uma conferência em Évora, o governador do BdP salientou que o país precisa de “aprofundar o peso das exportações” no Produto Interno Bruto (PIB), “para chegar a um nível da ordem dos 60%, no mínimo”.
Desta forma, continuou, será possível “garantir que temos uma sustentabilidade externa, uma sustentabilidade de crescimento económico, uma criação de emprego e, depois, uma geração de Produto que consegue conciliar mais bem-estar, mais emprego, menos endividamento de todos os agentes envolvidos e uma melhor perspetiva de qualificações”.
No seu discurso, no encerramento da 2.ª sessão da 6.ª Conferência da Central de Balanços do BdP, subordinada ao tema “Modernização do tecido empresarial português”, Carlos Costa destacou algumas das projeções para a economia portuguesa 2017-2019 hoje divulgadas pelo banco central.
Segundo o governador do BdP, “pela primeira vez, a formação bruta de capital fixo, e aqui com uma componente muito importante das máquinas, ou seja, equipamento diretamente produtivo, passa para terreno positivo”.
“Temos uma projeção macroeconómica para 2016, ou melhor, quase dados adquiridos, de uma evolução negativa da formação bruta de capital fixo de 0,3%. Para 2017, estamos a apontar para 6,8%, para 2018 5% e para 2019 para 4,8%”, continuou.
Para Carlos Costa, estas são “boas notícias porque, sem investimento não há crescimento do Produto” e “não há também criação de emprego”.
“E, sem criação de emprego e crescimento do Produto, não há, seguramente, melhoria das condições de vida da população portuguesa”, disse.
E estas são também “boas notícias” porque surgem acompanhadas de outros dados igualmente positivos, relativos à evolução das exportações, frisou.
“As exportações devem passar de um crescimento de 4,4% para 6,0% este ano, 4,8% no próximo ano e 4,5% em 2019″, indicou.
“Portanto, temos um crescimento sustentado numa balança de pagamentos positiva”, ou seja, “com condições de sustentabilidade e um crescimento sustentado numa base de investimento, mais do que numa base de consumo”, destacou.
O governador do BdP afirmou ainda que, “não obstante os ‘acidentes’ conhecidos e públicos no sistema financeiro” do país, “nunca a economia portuguesa teve um ‘acidente’ ou uma dificuldade, quer do ponto de vista da confiança pública dos depositantes, quer do ponto de vista da continuidade de financiamento da economia”.
Nas projeções hoje divulgadas, o BdP reviu em alta a previsão de crescimento económico para este ano e para os próximos dois, estimando agora que o PIB cresça 1,8% em 2017.
Comentários