“O que nós temos de saber é se queremos ser relevantes à escala global, onde se joga tudo, ou se queremos ser relevantes à escala local. Utilizando uma imagem mais simples para todos: queremos jogar a ‘Champions’ [Liga dos Campeões] ou queremos jogar o campeonato distrital”, declarou Carlos Costa, na entrega dos prémios da 7.ª edição do Concurso Geração €uro, na sede do BdP, em Lisboa.
Apesar de admitir que “a probabilidade de ser campeão é maior” no campeonato distrital, o responsável vincou que “ser campeão do campeonato distrital só tem interesse para passar à divisão superior e se, através disso, houver acesso à ‘Champions’”.
“Jogar uma ‘Champions’, mesmo que se tenha o esforço e a necessidade de assegurar a continuação na competição, é muito melhor do que tudo”, acrescentou.
Carlos Costa utilizou esta analogia para se referir ao ‘Brexit’: “Aplica-se exatamente no quadro da União Europeia, [já que] ser relevante, ser influente, ser importante no quadro da União Europeia é a única forma de nos afirmarmos e de nos defendermos como portugueses e de protegermos o bem-estar dos portugueses no futuro”.
O governador do BdP vincou que “há sempre a velha ideia de que ‘eu posso ser o mais relevante se eu fechar as minhas fronteiras porque posso não ter ninguém a interferir’, [mas] é um erro”.
“Aliás, como os nossos amigos ingleses hão de descobrir um dia”, sublinhou.
Carlos Costa exemplificou, também, que “ser chefe de uma tribo dá muito poder relativamente aos que fazem parte da tribo, mas não dá nenhuma relevância fora daquele contexto da tribo”.
O responsável falava perante uma plateia de jovens que participaram no Concurso Geração €uro, competição entre escolas sobre política monetária organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelos bancos centrais nacionais do eurosistema.
A final, hoje disputada em Lisboa, foi ganha pela equipa €uro-€scudo, da Escola Secundária de Mem Martins.
Dirigindo-se aos estudantes, Carlos Costa assinalou que fez parte de uma geração que “não sabia o que Erasmus nem fazer formação fora do país, não sabia de uma série de possibilidades que hoje existem”.
“E essas possibilidades existem porque fazemos parte de um espaço integrado. É porque fazemos parte de um espaço integrado que nos confere vantagens em termos de afirmação individual e coletiva que outros também querem fazer parte desse mesmo espaço”, notou.
“O que vai acontecer um dia, no caso inglês, é que as gerações que vêm vão perguntar por que [os então governantes] tomaram estas decisões”, concluiu.
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