Embora a eleição tenha lugar na reunião dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) em 19 de fevereiro, o presidente da comissão parlamentar de Economia, o socialista italiano Roberto Gualtieri, convocou para 14 de fevereiro entrevistas com os candidatos ao posto Luis de Guindos e o governador do Banco Central irlandês, Philip Lane.
Ambos são candidatos à substituição de Vítor Constâncio, cujo mandato termina em 31 de maio.
As reuniões terão lugar à porta fechada e só podem participar os eurodeputados da comissão ou seus substitutos, estando os assistentes excluídos.
Nos processos de eleição até agora, Bruxelas tinha organizado uma audiência com a pessoa designada para o cargo pelos ministros da zona euro e emitido uma opinião, mas agora quer debater de antemão com os candidatos, embora também o venha a fazer com o candidato selecionado no próximo dia 27 de fevereiro.
De qualquer forma, o veredicto do Parlamento Europeu não é vinculativo, pelo que não poderá vetar o candidato escolhido pelo Eurogrupo, nomeação que será formalmente designada no dia seguinte pelo Conselho de Ministros de Economia de toda a União Europeia.
O BCE, que ainda não se pronunciou sobre a questão, também emitirá a sua opinião não vinculativa sobre o eleito, após o qual os chefes de Estado e de Governo da União Europeia deverão apoiar o selecionado na cimeira de 22 e 23 de março.
O Parlamento Europeu tentou que o Eurogrupo apresentasse uma lista com vários candidatos, entre os quais mulheres, já que atualmente apenas há dois entre os 25 membros do Conselho de Governo do BCE, do qual fazem parte os governadores dos 19 bancos centrais da zona euro e os seis membros do comité executivo da instituição.
No entanto, os candidatos são homens.
Philip Lane, economista de perfil técnico e chefe do banco emissor irlandês desde 2015, desenvolveu durante a sua carreira trabalhos de consultoria para a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e vários bancos centrais, entre eles, o BCE.
Por sua vez, Luis de Guindos é ministro da Economia do Governo espanhol desde 2011 e antes desenvolveu a maior parte da sua carreira profissional no setor privado, tendo sido presidente executivo da Lehman Brothers para Espanha e Portugal quando o banco de investimento norte-americano faliu.
Apesar da trajetória do candidato irlandês se ajustar mais às exigências do cargo do supervisor bancário europeu, o Governo liderado por Mariano Rajoy considera que o cargo para Espanha está garantido e vê nisso como uma oportunidade de recuperar o peso perdido com a crise na União Europeia.
Até ao momento, a Eslováquia e Portugal confirmaram que irão votar no candidato espanhol.
Comentários