Na opinião de Nouy, o setor bancário europeu tem de ter um tamanho “adequado” para a economia e face à situação atual e à forte concorrência “nem toda a gente pode ganhar”.
Nouy – que falava em Madrid num encontro sobre o setor financeiro organizado pelo jornal espanhol Expansión – acredita que alguns bancos têm de sair do mercado, seja por deixarem de existir ou através de fusões com outros bancos, sejam dos seus próprios países ou de outros Estados, o que daria lugar a fusões além-fronteiras.
“São necessários bancos corajosos que queiram conquistar novos territórios”, afirmou a responsável do BCE, sublinhando que a consolidação das entidades deve ser deixada “às forças de mercado” sem qualquer intervenção dos supervisores.
Contudo, Nouy reconheceu que os supervisores podem ajudar a criar as condições de mercado, por exemplo, contribuindo para reduzir a incerteza sobre a qualidade dos ativos bancários.
A principal ideia exposta pela presidente do conselho de supervisão do BCE é a de que pode haver problemas em “muitos bancos” se houver algumas entidades débeis, porque a grande concorrência leva a que os benefícios do setor sejam mais baixos e aumente as dificuldades para gerar capital.
Em última instância, a existência de “entidades débeis” podem acabar por minar a estabilidade do sistema financeiro no seu conjunto e da economia, se se mantiverem os níveis de endividamento muito altos pela dependência do crédito, que chega a converter-se numa “droga”, e superarem o Produto Interno Bruto (PIB).
A defesa das fusões entre bancos pela responsável do BCE surge depois de vários anos de consolidação do setor, que fizeram com que o número de entidades se tenha reduzido significativamente.
Mesmo assim, os ativos totais do setor bancário na Europa em 2012 equivaliam a 314% do PIB da região e agora representam 280% do PIB, ainda muito acima da percentagem de 88% do PIB nos Estados Unidos.
Comentários