Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia evocativa dos 25 anos da Autoeuropa em Portugal, em Palmela, Setúbal, António Costa foi questionado sobre o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a quinta missão pós-programa a Portugal, no qual estima um défice orçamental para Portugal de 2,1% em 2017 e afirma que seria necessário mais 700 milhões de euros em austeridade para atingir a meta prevista pelo Governo.
"Sobre o FMI, o que registei do relatório é que eles, que acompanharam algum do ceticismo que muita gente teve no início deste ano sobre a evolução da nossa economia, mostraram-se agora agradavelmente surpreendidos por as previsões que tínhamos feito se estarem a aproximar da concretização e até terem, nalguns aspetos, um ‘feeling’ ainda superior ao meu e do senhor Presidente da República sobre a evolução da economia", respondeu o primeiro-ministro, ladeado pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre a necessidade de mais medidas de austeridade, António Costa ressalvou que o trabalho sobre o Orçamento do Estado para 2017 foi feito sobre "dados que são antigos".
"Os nossos dados demonstram que nós vamos cumprir, como sempre dissemos, confortavelmente a margem dos 2,5% que está acordada com a União Europeia", assegurou.
Num comunicado divulgado na quinta-feira após a quinta missão de acompanhamento pós-programa de resgate a Portugal, que decorreu entre 29 de novembro e a passada quarta-feira, o FMI melhorou ligeiramente as previsões de crescimento económico, uma vez que, em outubro, quando divulgou as últimas estimativas previa que o Produto Interno Bruto (PIB) crescesse 1% em 2016 e 1,1% em 2017.
Agora, a equipa de missão liderada por Subir Lall antevê que a economia portuguesa cresça 1,3% em cada um dos anos, ligeiramente acima dos 1,2% previstos pelo Governo para 2016, mas abaixo dos 1,5% estimados para o próximo ano, segundo o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).
Por outro lado, o FMI estima que Portugal termine o ano com um défice orçamental de 2,6% do PIB, uma previsão que fica acima dos 2,5% exigidos pela Comissão Europeia e dos 2,4% inscritos no OE2017.
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