Xi Jinping vai estar também no Mónaco e em França, acrescentou.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, confirmou já a assinatura de um memorando de entendimento de apoio àquela iniciativa, que materializa a nova vocação internacionalista de Pequim. Washington e Bruxelas manifestaram já a sua oposição.
O projeto visa ligar o Sudeste Asiático, Ásia Central, África e Europa, e é visto como uma versão chinesa do 'Plano Marshall', lançado pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, permitindo a Washington criar a fundação de alianças, que perdura até hoje.
Portugal é, até à data, um dos poucos países da UE a apoiar formalmente o projeto.
A última visita de Xi à Europa teve como destino Lisboa, em dezembro passado. E, no próximo mês, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, vai participar em Pequim na 2ª edição do Fórum 'Uma Faixa, Uma Rota'.
A iniciativa tem, no entanto, suscitado divergências com as potências ocidentais, que veem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e valores profundamente diferentes.
A Casa Branca declarou já que a inclusão de Itália nos planos chineses não vai ajudar o país a nível económico e pode prejudicar significativamente a imagem internacional.
"Nós vemos [Uma Faixa, Uma Rota] como uma iniciativa feita pela China e para a China ['Made by China, for China']", reagiu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.
"Estamos céticos de que o apoio do Governo italiano traga quaisquer benefícios económicos sustentáveis para o povo italiano e isso pode acabar por prejudicar a reputação global de Itália a longo prazo", disse.
Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projetos lançados no âmbito daquele gigantesco plano de infraestruturas, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou linhas ferroviárias ao longo dos vários continentes.
Os Estados Unidos apontaram para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável, permitindo a Pequim avançar com os seus interesses geopolíticos.
No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, acabou por ser um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos.
Alemanha e França têm pressionado também por critérios de seleção mais rigorosos para os investimentos chineses no continente.
Lisboa quer incluir uma rota atlântica no projeto chinês, o que permitiria ao porto de Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
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