7.600 milhas náuticas (14 mil quilómetros) ligam Auckland, na Nova Zelândia, a Itajaí, estado de Santa Catarina, no Brasil. A 7ª etapa da 13ª edição da Volvo Ocean Race (VOR), regata de circum-navegação, partiu da cidade das velas às 14h00 horas locais (01h00, em Portugal) debaixo de uma temperatura agradável (20º) e vento de cerca de 20 nós.
Depois de 18 dias ancorados e de terem merecido a visita de 500 mil pessoas no Race Village, no Viaduct Basin, no momento da largada, as sete tripulações que compõe a frota foram acompanhadas por kitesurfers, windsurfistas, paddleboards, caiaques, velejadores e centenas de barcos a motos e à vela, com destaque para um veleiro carregado de simbolismo: o Steinlager, antigo vencedor da Whitbread Round the World Race.
Pela frente, a mais temida etapa desta edição da VOR. Os sete barcos zarpam pelos inóspitos e tempestuosos mares do Sul em direção a Cabo Horn, o ponto mais meridional da América do Sul, apelidado de “fim do Mundo”.
"Estamos a começar uma das etapas mais difíceis da prova", disse Peter Burling, do Brunel, herói na Nova Zelândia e vencedor da edição passada da America's Cup, referindo-se à travessia pelo Oceano Antártico e pela passagem mítico Cabo Horn, antes de regressar ao Oceano Atlântico em direção a Itajaí, Brasil, onde os VO65 devem chegar entre 4 e 6 de abril.
"O maior desafio é a resistência, ter que manter um ritmo muito alto em condições muito difíceis”, reforçou antecipando a “viagem” da frota pela Zona Inicial de Exclusão de Gelo até à parte mais remota do mundo, o Ponto Nemo, onde a Estação Espacial Internacional está mais próxima do que qualquer lugar em terra.
"Esta é uma parte do mundo em que por vezes temos que nos esquecer da prova ", comentou o skipper do Dongfeng, Charles Caudrelier. "É um lugar especial, navegar no Sul - onde o mar é maior, o vento é mais forte, temos que estar muito atentos".
“O difícil será chegar ao Horn”
Dois velejadores portugueses embarcam nesta épica aventura pelos mares do Sul. António Fontes (Sun Hung Kai/Scallywag) e Frederico Pinheiro de Melo (Turn the Tide on Plastic), este último a bordo do barco com bandeira portuguesa (Fundação Mirpuri).
Para Fontes, em entrevista ao site da Volvo Ocean Race, o obstáculo nesta etapa “mítica” e de “sentimento muito especial” está na passagem pelo Cabo Horn. “O difícil será chegar ao Horn”, referiu, uma dificuldade acrescida pelo facto de muitos terem feito esta etapa e “não conseguiram chegar ao Horn.
“Estaremos muito perto do gelo, vai ser uma etapa muito fria, com muitas pressões baixas, com muito vento e ondas grandes”, adiantou Frederico Pinheiro de Melo, que segue a bordo do Turn the Tide on Plastic. Recordando a passagem pelos mares do Sul já feita, o velejador de Cascais assegura que a tripulação está “preparada” para esta aventura.
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