Em entrevista à BTV, por ocasião do 117.º aniversário do clube, Luís Filipe Vieira mostrou-se revoltado com a contestação que, disse, “não faz sentido nenhum”, quando, nas eleições de há quatro meses, “dois em cada três sócios do Benfica” votaram na sua lista.

“Só pode haver um responsável, que sou eu. Os sócios elegeram-me para ser presidente do Benfica, portanto, na hora das derrotas, não vale a pena andarmos à procura de fantasmas. Só há um responsável, que sou eu”, frisou Luís Filipe Vieira.

Ainda assim, o presidente das ‘águias’ sublinhou que não entende a contestação de que é alvo e considerou que o clube “dificilmente ganha” se não tiver estabilidade, acusando o “comportamento que está agora a existir” de ser responsável por o clube ter demorado “39 anos para conquistar um bicampeonato”.

Nesse sentido, e já depois de lembrar que ‘segurou’ Jorge Jesus no comando da equipa, em 2013, após o técnico perder, “nos últimos minutos”, o campeonato, para o FC Porto, a Liga Europa, para o Chelsea, e a Taça de Portugal, para o Vitória de Guimarães, decisão após a qual o Benfica ganhou “tudo dali para a frente”.

“Já percebi que vai perguntar-me se Jorge Jesus vai continuar ou não. Logicamente tem de continuar, tem de cumprir o contrato. Mas porque é que tem de sair? Ele não é um treinador competente?”, interpelou Vieira.

O dirigente, de resto, lembrou que “toda a gente dizia que era o treinador que tinha de vir para o Benfica” e que “até as outras duas listas” que concorreram consigo à liderança do clube da Luz “apoiavam o Jorge Jesus”.

“Tem provas dadas neste clube. Ele não precisa que eu o esteja a defender, esta é a realidade. O Jorge [Jesus] tem 12 títulos, é o treinador que mais títulos conquistou neste clube”, lembrou Luís Filipe Vieira.

Depois, questionado sobre o que falhou no planeamento da época para que o Benfica esteja, neste momento, a 16 pontos do líder do campeonato, o Sporting, com um jogo a menos, Vieira garantiu que hoje faria tudo “igual” e assegurou que Jesus deu o seu aval a todas as contratações.

“Tenho o documento que ele me entregou dos jogadores que pretendia e não houve um jogador que ele não dissesse que sim. Foi o plano [da época] possível de fazer-se com as exigências do Jorge Jesus e daquilo que ele entendia”, garantiu.

Ainda assim, Vieira admitiu que as aquisições feitas pelo Benfica antes do arranque do campeonato criaram “uma expectativa” nos adeptos e nas pessoas ligadas ao Benfica, mas garantiu que a crise de resultados não se deve à qualidade das contratações.

“Há aqui jogadores que precisam de um período de adaptação. Se calhar, foi um dos fatores que não ponderámos, é um dos erros que fizemos. Não é pela falta de qualidade deles. São todos internacionais”, sublinhou.

Os jogadores, de resto, estão “conscientes dos objetivos”, que “estão bem definidos”, e neste aspeto o presidente do Benfica mostrou-se alinhado com Jorge Jesus, ao garantir que “ninguém baixou os braços” e que o Benfica vai lutar pelo título “até ser matematicamente possível”.

“Caso isso não suceda, o segundo lugar será um grande objetivo, para irmos à Liga dos Campeões, e temos uma Taça de Portugal para conquistar. Já ganhámos um campeonato com oito pontos de atraso, já perdemos um com oito pontos de avanço. Temos de continuar a acreditar que é possível, mas é preciso que estejamos todos unidos nesse objetivo”, lembrou.