“Tem muito a ver com dinheiro. O Pedro Proença [presidente da Liga de clubes], a Federação Portuguesa de Futebol, a ANTF [Associação Nacional de Treinadores de Futebol], o Sindicato dos Jogadores têm de pensar em conjunto e resolver o problema”, comentou Rúben Amorim, em conferência de imprensa, na Academia Sporting, em Alcochete, onde fez antevisão ao encontro de domingo, com o Arouca, para a I Liga.
O técnico dos ‘leões’ lembrou ainda que Portugal perdeu muitos pontos porque “quanto mais equipas do nosso campeonato se tem na ‘Champions’, mais difícil é ganhar pontos do que na Liga Europa”, mas voltou a remeter para a dificuldade financeira dos clubes para concorrerem com os adversários dos primeiros lugares do ranking europeu e alegou não ser a pessoa indicada para encontrar uma solução.
“Têm grandes equipas porque têm os melhores jogadores. Tem a ver com a capacidade financeira. Como é que se cresce? Não sei. Nós vendemos muitos jogadores e está difícil crescer na vertente financeira, portanto, é algo que demora e não me compete a mim, nem quero ter essa tarefa de pensar no que devemos fazer”, alegou Amorim.
O técnico, no entanto, reconheceu que há "muito a melhorar” em Portugal e indicou alguns pontos em que isso pode acontecer, para além da “divisão dos direitos de imagem [transmissão televisiva]” que “é algo que pode melhorar”.
“Podemos melhorar também nas infraestruturas, na forma de pensar o futebol. Por exemplo, quando eu era jogador do Belenenses, às vezes gastava-se dinheiro em mais um jogador para a equipa, mas não se usava esse dinheiro para ter um ginásio como deve ser, para ter mais um fisioterapeuta. Esse tipo de coisas poderá ajudar”, exemplificou.
O aproveitamento dos “jogadores da formação que não têm espaço no Benfica, no Sporting, no FC Porto ou no [Sporting de] Braga” e “podem crescer noutros clubes” da I Liga portuguesa foi outra sugestão deixada por Rúben Amorim.
Portugal foi esta semana ultrapassado pelos Países Baixos no sexto lugar do ranking da UEFA, que vai passar a atribuir cinco vagas aos clubes lusos nas provas europeias, ao contrário das atuais seis.
Dessa forma, a partir da época 2024/25, apenas o vencedor da próxima edição da I Liga portuguesa vai ter entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões, sendo que o segundo colocado precisará de disputar duas pré-eliminatórias para lá chegar, enquanto duas das outras vagas disponíveis incidem na Liga Europa e outra na Liga Conferência.
Comentários