O jogo acontece esta noite, pelas 20:45, no Estádio Municipal Dr. Diogo Vaz Pereira e quem não vai faltar é o emigrante Joe Pinto.
O empresário, radicado em Toronto, no Canadá, é um dos muitos emigrantes que viajaram propositadamente para acompanharem de perto a partida de hoje para os oitavos de final da prova 'rainha' do futebol português.
"Tinha uma viagem agendada para janeiro, mas, ao ver o sorteio, antecipei o regresso para poder estar no estádio", destacou à agência Lusa o português de 57 anos.
Adepto do clube da terra, que milita no terceiro escalão, mas também do Benfica, Joe Pinto não hesitou em atravessar o Oceano Atlântico e percorrer os cerca de 5.600 quilómetros que separam os dois países, pois "um jogo destes acontece uma vez na vida".
O português natural de Parafita, no concelho de Montalegre, confessa que enquanto assistiu ao sorteio dos oitavos de final da Taça de Portugal pediu "ao pai natal para levar o Benfica a Montalegre".
"Visto o clube já ter chegado a uma fase tão adiantada, o que foi histórico, o sorteio foi bom por poder receber uma equipa como o Benfica", explicou.
Apesar de adepto dos 'encarnados' "em condições normais", no encontro em Trás-os-Montes, Joe Pinto irá apoiar o Montalegre, embora reconheça que "será preciso um milagre para eliminar o Benfica".
Para o emigrante a viver no Canadá desde os 13 anos, o Benfica visitar a região do Barroso é "incrível e para mais tarde recordar", lembrando que "será difícil voltar a acontecer".
Depois de já ter adquirido dez cachecóis alusivos ao encontro da Taça de Portugal, o 'transmontano' realçou que "podem fazer todos falta face ao frio", desejando que "caia uma nevada" para também os jogadores do Benfica terem "uma história para contar".
Já desde Inglaterra, Ricardo Gonçalves também não 'resistiu' à visita de um 'grande' do futebol português a Montalegre e tirou férias para viajar e poder marcar presença no estádio.
"Quando o Montalegre chegou a esta fase disse que se calhasse um dos três grandes ia ver o jogo a Portugal e cumpri", destacou o emigrante de 32 anos.
Amigo do presidente do clube, Paulo Viage, e do treinador, José Manuel Viage, o 'barrosão' lembrou que a partida "é um momento único".
"Provavelmente, enquanto for vivo, não voltará a acontecer, por isso fiz questão de tirar uns dias de férias e poder estar no estádio", contou Ricardo Gonçalves, que não esconde o desejo de ver uma surpresa, mas reconhece "a diferença muito grande entre as equipas".
"Gostava que o Montalegre ganhasse por 1-0 ao Benfica, e até pode acontecer, com alguma sorte também", atirou.
Independentemente do resultado, o mecânico de profissão, há nove anos em Inglaterra, entende que o jogo com os lisboetas é uma oportunidade para o clube "ganhar dimensão" e jogadores e treinador "se valorizarem".
"Há bons valores em Montalegre, bem como em outras equipas de escalões inferiores", sustentou o português de 32 anos.
Pela primeira vez numa fase tão avançada da Taça de Portugal a receção do Montalegre ao Benfica motivou muitos pedidos de bilhetes por parte de emigrantes, explicou o presidente do clube, Paulo Viage.
"Largas dezenas de adeptos que estão emigrados em vários países, como Canadá, Estados Unidos, Inglaterra ou França, contactaram-nos a pedir bilhetes e vão marcar presença no jogo", adiantou.
O líder do emblema 'transmontano' espera que o jogo de hoje seja "uma verdadeira festa" para o concelho de Montalegre e "um marco histórico na vida do clube", acrescentando ainda haver bilhetes à venda no dia do encontro.
O Montalegre, em parceria com a autarquia, promoveu um conjunto de obras para receber o jogo no seu estádio. Além de triplicar a capacidade do recinto de dois mil para seis mil espetadores, com a instalação de bancadas temporárias, o relvado foi alvo de uma intervenção parcial e foi instalada iluminação temporária para a transmissão televisiva.
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