26 de julho de 2019. O estádio de Seoul está repleto, há 66 mil pessoas nas bancadas. O motivo? Cristiano Ronaldo. O jogo coloca frente a frente a Korean League XI, uma equipa montada com os melhores jogadores da liga sul-coreana de futebol, e a Juventus que, neste encontro, encerraria a digressão asiática de pré-época.
Primeiro era a expectativa, os bilhetes quase a 300 euros, mas depois do apito inicial nada mais venceu sobre os adeptos do que a deceção: ao contrário do que havia sido prometido pela The Fasta, empresa de marketing que organizou o encontro, Ronaldo não chegou a entrar.
No estádio, quando se percebeu que CR7 não iria a jogo ouviram-se apupos e gritos por Lionel Messi. No final do encontro, dizia-se que a Vecchia Signora e o seu número 7 tinham violado um acordo com a Fasta no qual estaria escrito que o português jogaria pelo menos 45 minutos.
Na altura o caso fez correr muita tinta com ameaças de processos a Cristiano e ao clube. As autoridades locais chegaram mesmo a recorrer a investigações para determinar se existia no contrato da The Fasta com a Juventus a tal cláusula que obrigasse o internacional português a alinhar, pelo menos 45 minutos, no encontro que terminou empatado a três.
Ronaldo esteve no banco, mas não foi utilizado, por, segundo a Juventus, estar com “fadiga muscular”, e também não participou numa sessão de autógrafos que estava previamente agendada.
Dos milhares espectadores que se sentiram defraudados, alguns avançaram mesmo com queixas contra a agência, o jogador e a Juventus. Agora, cerca de seis meses depois, um tribunal sul-coreano decidiu que a promotora terá de indemnizar adeptos sul-coreanos por não terem visto o futebolista português Cristiano Ronaldo em ação no particular de julho, em Seul.
A promotora tinha garantido a presença do português e os bilhetes, que custavam entre 23 e 300 euros, esgotaram em poucos minutos. Dois adeptos avançaram com uma ação por publicidade enganosa contra o promotor, que hoje foi condenado por um tribunal de Incheon a pagar cerca de 280 euros a cada um. Parte do valor corresponde à restituição do valor do bilhete, a outra à compensação pela "angústia mental" causada.
Outras ações judiciais estão ainda a decorrer contra o promotor, que terá arrecadado cerca de 4,4 milhões de euros com a venda de bilhetes.
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