Em entrevista à agência de notícias espanhola Efe, Martínez disse que “não existe comummente” alguém como Ronaldo, que, aos 39 anos e apesar de tudo o que ganhou, não perdeu intensidade, nível, como acontece com muitos jogadores, lembrando ainda Pepe.
“Aos 40 anos, aos 41 anos, são indivíduos para quem o que fizeram antes ou o que passaram não conta para nada, ajuda-os, porque têm um poder de decisão melhor, mas o dia a dia é uma oportunidade para serem melhores. Acredito que, em parte, isso é inato”, referiu.
Para o espanhol, Ronaldo “tem um compromisso na profissão de futebol, um compromisso com que se sente realizado, que é ganhar, que é ser o melhor”, com Martínez a defender que o capitão da seleção lusa está agora “consciente do que transmite” aos outros.
“Isso é muito importante para nós no balneário: ter um jogador de 19 anos que provavelmente nasceu quando Cristiano jogou o primeiro jogo pela seleção, porque esta é a realidade, e ter um jogador que jogou 217 jogos pela seleção, que tem esse contacto com outros jogadores e ainda tem ainda essa intensidade, essa frescura, essa juventude em todos os treinos”, afirmou.
Martínez elogiou ainda o facto de Ronaldo se ter “esforçado muito nos dois últimos anos em ser muito, muito, muito próximo” dos jovens e “isso é de admirar, porque não é fácil, são gerações diferentes”, mas que dá “um sentimento de que se pode alcançar” aquele nível.
O selecionador assegurou que, tal como os outros jogadores, Cristiano Ronaldo continua na seleção por mérito e que não tem de ser titular, mas sim importante para a equipa.
“Para ser importante tem de se ter o nível para fazer a diferença no campo e é aí onde está o aspeto de análise e competitividade entre jogadores”, referiu.
Sobre a Liga das Nações, Martínez considerou que foi uma competição que deu “muitíssimo material” à seleção, depois de ter utilizado 30 jogadores na fase de grupos, na qual se apurou, defrontando a Dinamarca nos quartos de final, em março, em busca da qualificação para a ‘final four’, marcada para junho.
“Conseguimos ter uma continuidade nos resultados e também utilizar um grande número de jogadores, o que nos vai ajudar muitíssimo a juntar à experiência que tivemos no Europeu para conseguir que 2025 seja um ano que nos prepare para o Mundial, que é sempre aquele objetivo de médio prazo”, afirmou.
O selecionador considerou ainda que a preparação para o Mundial2030, que se vai disputar em Portugal, Espanha e Marrocos, está a decorrer bem, graças a “uma força humana incrível”, e que as mudanças nas federações ibéricas não vão afetar.
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