Nem Abderrahman Samba, terceiro nos 400 metros barreiras, nem Mahuchikh venceram, mas foram sem dúvida os ‘favoritos’ de um estádio que assistiu também ao tradicional domínio africano do meio-fundo, a que só os Estados Unidos tentaram fazer frente.
Samba é tudo menos um desconhecido: é o recordista asiático e tem já a terceira marca de sempre, pelo que o Qatar contava mesmo com ele para as medalhas.
Mas houve quem estivesse melhor. O recordista europeu e campeão em Londres, o norueguês Karsten Warholm, revalidou o título, com 47,62 segundos, à frente do norte-americano Rai Benjamin (47,66). Samba fechou o pódio, em 48,03.
No salto em altura, Mahuchikh, de apenas 18 anos, e já campeã como juvenil e júnior, surpreendeu ao saltar 2,04 metros, novo recorde mundial júnior. Depois… retirou-se de prova, sem aguentar a pressão, deixando a russa Maria Lasitskene com o ouro, após um concurso sem qualquer derrube até 2,04, também.
A tradição dos EUA foi mantida por Vashti Cunningham, terceira com 2,00.
As norte-americanas também fizeram o que puderam para contrariar o favoritismo das africanas nos 3.000 metros obstáculos e 800 metros, mas sem sucesso. Também sem sucesso, os irmãos Ingerbritsen, da Noruega, tentaram evitar novo triunfo etíope nos 5.000 metros.
A queniana Beatrice Chepkoech, recordista mundial, ganhou os obstáculos em 8.57,84, à frente da anterior campeã, a norte-americana Emma Coburn (que registou recorde pessoal), e da alemã Gesa Felicitas Krause.
Já nos 800 metros houve surpresa, com o sucesso da ugandesa Hatimah Nakaayi, em 1.58,04, novo recorde nacional.
Seguiram-se duas norte-americanas, Raevyn Rogers, que quase passou a vencedora sobre a meta, e a favorita Ajee Wilson.
Excelente final dos 5.000 metros, com o etíope Muktar Edris, a defender o título de Londres, agora com 12.58,85, agora a bater o seu jovem compatriota Selemon Barega, de 19 anos apenas.
Há dois anos, Edris fora o ‘carrasco’ de Mo Farah, na despedida do genial fundista britânico.
Os três irmãos Ingerbritsen estiveram em pista e Jakob, de 19 anos, conseguiu um muito claro quinto lugar, batendo-se até ao fim com os atletas africanos ou nascidos em África e a defender as cores de outros países.
Na outra final do dia, o lançamento do disco, o sueco Daniel Stahl venceu e festejou de forma efusiva – no seu último lançamento, já com tudo definido, avançou pelo relvado, ‘atrás’ do engenho arremessado.
Fredrick Dacres, da Jamaica, e Lukas Weisshaidinger completaram o pódio.
Mesmo sem vitórias hoje – mas várias medalhas de prata e bronze – os Estados Unidos prosseguem na frente das medalhas, com 13 (quatro de ouro, sete de prata e duas de bronze). Seguem-se a China, com seis (2/2/2) e a Jamaica, com quatro (2/2/0).
Portugal, com a prata de João Vieira nos 50 km marcha, está no grupo dos 12.ºs. Na classificação por pontos, Portugal está em 14.º, com 12, numa tabela liderada por Estados Unidos (117), China (59) e Jamaica e Quénia (45).
Única portuguesa em prova no dia de hoje, Cátia Azevedo esteve nos 400 metros e foi 40.ª, com 52,79 segundos.
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