A mesma fonte da equipa Hero, pela qual alinhava o piloto de Esposende, explicou que, neste momento, estão a ser "tratados todos os trâmites burocráticos necessários" para a libertação do corpo, algo que "deverá acontecer ainda hoje".
Espera-se que a trasladação dos restos mortais do piloto aconteça, "na melhor das hipóteses”, na terça-feira.
O piloto Paulo Gonçalves faleceu este domingo, aos 40 anos, na sequência de uma queda na sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Dakar, naquela que era a sua 13.ª participação.
Segundo explicou a organização e foi possível ver nas imagens difundidas pelas televisões, o local era uma reta em que os pilotos seguiam "a alta velocidade", e em que, segundo o piloto australiano Toby Price (KTM), havia "uma lomba".
O piloto português foi encontrado "inconsciente e em paragem cardiorrespiratória".
O óbito foi declarado já no hospital de Layla.
Price diz que ficou desidratado “com as lágrimas” após assistir português. Ele foi o primeiro a chegar junto de Paulo Gonçalves
O australiano Toby Price (KTM) revelou que chegou a ficar "desidratado com as lágrimas" pela morte de Paulo Gonçalves, domingo, na sétima etapa do Rali Dakar de todo-o-terreno, depois de ter sido o primeiro a chegar junto do português.
Numa publicação divulgada na rede social facebook, o piloto australiano, que foi o primeiro a chegar junto do português, conta que o acidente aconteceu já depois do reabastecimento.
"O Paulo partiu para a etapa cinco minutos antes de mim e o pior aconteceu. Passei um pequeno morro e vi um piloto caído. Era o Paulo. Fui acometido pelos piores receios porque sabia que era sério", relatou Price.
"Pedi ajuda de imediato e ajudei a colocá-lo de lado. Tentei chamar mais alguém para ajudar e foi quando chegou o [eslovaco] Stefan Svitko [um campeão] e ajudou no que pôde", explicou ainda.
Toby Price contou que "o primeiro helicóptero chegou" com o francês Luc Alphand, da organização, e "quando o helicóptero médico chegou já estavam a fazer manobras de reanimação".
"Os médicos juntaram-se a eles e fizeram o que puderam. Ajudámos a segurar os sacos de soro, chegámos os sacos do equipamento médico e afastámos outros pilotos do local. Todos fizemos o que pudemos, mas não havia nada a fazer. Ainda o ajudei a levar pois era o mais correto a fazer. Fui o primeiro a estar ao seu lado e quis ser o último a sair", recordou o piloto australiano, que no domingo estava visivelmente abalado na chegada ao acampamento.
Price deixou ainda uma palavra de saudade para Paulo Gonçalves, dizendo ir "sentir a falta do sorriso no ‘bivouac’".
"Os últimos 250 quilómetros foram duros, fiquei desidratado com as lágrimas. Neste momento, nem me importo com o resultado", acrescentou. O piloto da KTM garante que "trocava todas as vitórias para ter o companheiro de volta”.
Price deixou ainda uma palavra de agradecimento a todas as mensagens recebidas de Portugal.
O piloto português morreu na sequência de uma queda durante a sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita.
De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10:08 horas locais, menos três em Lisboa.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10:16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardiorrespiratória.
"Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde foi confirmada a morte", referiu a organização.
Paulo Gonçalves participava no Dakar pela 13.ª vez desde 2006, ano de estreia na prova.
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