Com mais da metade da equipa formada por funcionárias, além de esposas e filhas de funcionários, o Vaticano marca agora presença no futebol feminino — e com a benção do Papa Francisco. Até agora, só os homens tinham equipa de futebol.
"Nós temos uma equipa masculina há 48 anos, por isso era justo oferecer a mesma possibilidade às mulheres que trabalham dentro do Vaticano para praticar este desporto", referiu Danilo Zennaro, representante do Sport in Vaticano, associação que organiza as atividades relacionadas com o futebol, ao The Guardian.
"O Papa Francisco deu um considerável impulso às mulheres dentro do Vaticano, portanto esta iniciativa é uma extensão disso", reforça.
Na equipa feminina, a maioria das jogadoras está no nível amador, embora três tenham jogado futebol profissional no passado, como é o caso da capitã Eugene Tcheugoue, dos Camarões. A equipa é gerida por Susan Volpini, secretária da Associação Mulheres no Vaticano.
Neste momento as jogadoras estão a treinar para o jogo amigável contra o AS Roma, que será seguido por uma partida internacional em Viena, no mês de junho, por ocasião de um torneio organizado pelo hospital infantil do Vaticano, Bambino Gesù. Para Volpini, estes jogos permitem que a equipa "se torne apta e pratique soluções táticas".
O jogo contra o AS Roma — quarto classificado na primeira temporada da liga feminina da Série A — não vai ser fácil, mas Zennaro refere que não se trata apenas de vencer.
"Mesmo que percam 30-0, isso não importa", apontou. “O que importa é que estas mulheres tenham a oportunidade de conhecer jogadoras profissionais. Ganhar ou perder também é criar ligações e amizades", acrescentou.
Segundo o jornal italiano Il Messaggero, um em cada quatro funcionários do Vaticano é uma mulher, embora haja poucas mulheres no topo. A equipa de futebol feminino tem para já como membros Cristina Albini, Chiara Armenti, Claudia Bassetti, Bárbara De Filippi, Federica DeLorenzo, Orietta Ferretti, Francesca Folino, Francesca Martinelli, Desejo Pallotta Nardi, Rita Pietringa, Laura Pucciarmati, Eugenie Tcheugoue, Elisa Tomassini, Maura Turoli e Ilaria Valentini.
O Vaticano lançou também uma equipa de atletismo em janeiro, com o objetivo de participar em competições internacionais, incluindo os Jogos Olímpicos. Guardas-suíços, padres, freiras e farmacêuticos estavam entre as primeiras inscrições.
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