Os grandes acontecimentos desportivos internacionais são um terreno fértil para a ação de hackers. O campeonato mundial de futebol que se disputa na Rússia não é exceção.
Recorrendo a e-mails phishing fraudulentos para venda de ingressos guest, bilhetes de “convidados” que permitem a compra de até três entradas adicionais, hackers conseguiram entrar no processo de compra oficial e estão a revendê-los a um preço que pode duplicar ou chegar a um valor 10 vezes superior ao original. O pagamento prévio é obrigatório.
O alerta é dado pela empresa de cibersegurança Kaspersky Lab que adianta que muitos dos ingressos para o Mundial da Rússia vendidos por esses canais (não oficiais) podem não ser entregues ou mesmo sequer ser válidos. Em paralelo, para além de ganharem dinheiro com os supostos bilhetes, devido aos processos de registo e transferência, os hackers conseguem igualmente obter dados das suas vítimas (utilizadores), incluindo informações de pagamento, de que resulta um “esquema duplo com lucros ainda mais elevados”, anuncia a empresa em comunicado.
“De acordo com a nossa investigação, há um risco real de os utilizadores pagarem muito e não obterem nada, e este tipo de fraude pode também originar mais roubos no futuro” alertou Andrey Kostin, Investigador Sénior de Web-Content na Kaspersky Lab. “Aconselhamos os adeptos a estarem ainda mais vigilantes e atentos na compra de bilhetes. Independentemente de quão atrativa seja a oferta, a única forma de garantir que não é uma burla é recorrer a vendedores autorizados” aconselhou.
A anatomia de um golpe
Em relação à aquisição dos bilhetes para o Mundial da Rússia 2018, a empresa explica que apesar da sofisticação e complexidade do processo tal não impediu a entrada de hackers em campo que estabeleceram centenas de domínios relacionados com o Campeonato Mundial.
Quando a janela para compra de bilhetes foi disponibilizada, o site oficial da FIFA detetou uma grande quantidade de utilizadores para adquirição de ingressos. Aproveitando os problemas de conexão daí resultantes, os hackers compraram o máximo possível de bilhetes para venderem posteriormente com margem de lucro, margem essa que cresce em virtude dos bilhetes para os jogos estarem esgotados e dos adeptos recorrerem, como única alternativa, a promotores ou terceiros para conseguirem uma entrada para um jogo.
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