Miguel Oliveira considera um “momento histórico” ter um piloto português no Moto GP, prova que arranca em março, no Qatar. Depois de ter-se sagrado por duas vezes vice-campeão no Moto2 admitiu, nesta passagem para a Fórmula 1 das duas rodas, que a sua rotina “mudou pouco”.

“O treino tem sido intenso. A nível de calendário o Moto GP poderá exigir um pouco mais, mas isso ainda estou por descobrir porque não experienciei o que será o meu compromisso e rotinas a nível do Moto GP. Espero toda a atenção mediática e o circo que representa”, reforçou o piloto de 24 anos à margem do protocolo assinado com a Altice Portugal e com a Meo, protocolo de apoio ao desporto motorizado por parte da operadora de telecomunicações que se estendeu ao pentacampeão de ralis, Armindo Araújo (os dois pilotos tornam-se embaixadores da marca) e à parceria tecnológica com a 40ª edição da Rampa da Falperra, que se realiza de 10 a 12 de maio.

Em vésperas de partir para testes, reconheceu estar “ansioso” para trabalhar com equipa, “familiarizar-me” com a moto e “ter mais quilómetros em cima”.

Dividido entre uns dias no sudeste asiático e no Qatar, acredita ser tempo “suficiente para estar à vontade”. No entanto, ressalva ser “lógico que a experiência de corrida” apenas acontecerá nos “Grande Prémios”. No que toca às provas, está apostado em “terminar as corridas, amealhar quilómetros e experiência”, enfatizou.

À pergunta dos jornalistas sobre a possibilidade de ser campeão esta época depois das excelentes prestações nos dois anos anteriores na categoria abaixo respondeu com realismo. “É uma realidade diferente dos factos das épocas passadas. A KTM é uma mota que esteve entre os 10 e 15 lugares nas corridas. Essa será a prestação que me posso inserir neste momento. Sendo o rookie poderá atrasar”, reconheceu. “Ser campeão, para já, neste ano, está fora de equação. Gosto de traçar objetivos que sejam reais e não criar falsas expetativas”, reforçou.

Em relação ao prémio “rookie do ano”, apesar de ser algo que não lhe “alimenta muito o ego” é “bem-vindo” se “alcançado”, atirou. “Tenho estreantes que estão em momentos diferentes do meu, com motas diferentes e equipas com muita experiência nessas motas. Será um prémio suado”, admitiu.

Por isso, diz ser “muito cedo para traçar um objetivo real. Não sei o que será um bom resultado para mim. Sei que tenho 3 KTM na grelha a meu lado e vou tratar de ser o mais competitivo possível dentre deste leque de quatro pilotos. Deixar-me-ia satisfeito”, salientou pronunciando-se sobre os planos para a temporada.

Estar ao lado de Valentino Rossi, ídolo de infância e sete vezes campeão do mundo na principal categoria de motociclismo, é encarado como “um adversário como outro qualquer”, reconheceu. “Faço parte do leque de 24 pilotos do Moto GP. Todos contam e tenho respeito por todos por igual. Se tiverem à frente vão ter que ficar atrás”, avisou o piloto de Almada que continuará focado nas duas rodas apesar da curta experiência ao volante de um Hyundai ao lado de Armindo Araújo, piloto que no futuro poderá vir a ser “um bom professor”.

créditos: Rita Sousa Vieira | MadreMedia

A mítica Rampa da Falperra e o melhor rali da Europa. Um desporto para todas as idades

Armindo Araújo, cinco vezes campeão nacional de ralis e o piloto português com mais títulos conquistados nos carros regressou no ano passado à competição nacional, um regresso que aconteceu cinco anos depois. Algo que não foi, nem é alheio o momento que vive o automobilismo em Portugal. “Tivemos, em 2018, talvez o melhor campeonato de ralis na Europa. Vivemos uma excelente fase com o regresso de pilotos e apoios e o campeonato tornou-se atrativo e competitivo”, salientou.

Fafe, 20 de fevereiro, marca o arranque do ano automobilístico. “Sabemos que para vencer o campeonato não temos que vencer todas as provas. Há que amealhar o máximo de pontos”, explicou deixando um desejo: queremos ir buscar o sexto título”.

2019 marca o ano de celebração da 40ª edição da Rampa da Falperra. Presente no evento de apresentação da parceria com o Meo, que decorreu no Hotel Sheraton, em Lisboa, com uma vista deslumbrante sobre a cidade e o rio Tejo, numa viagem pelo tempo, Rogério Peixoto, Presidente do Clube Automóvel do Minho, relembrou a primeira edição da prova de Braga em “1927”, o regresso em “1976” depois de um longo interregno e as primeiras edições televisionadas pela RTP nos “anos 80”. Uma descrição em que acrescentou as distinções de “melhor prémio montanha para os pilotos”, a segunda prova “mais rápida da Europa” onde se ultrapassa os 200 km/h” e os mais de “200 mil espetadores” que ali ocorrem durante um fim de semana.

Para o Presidente Executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca o protocolo assinado com os dois embaixadores, Miguel Oliveira e Armindo Araújo, e a parceria tecnológica com a icónica prova bracarense marca a “contribuição a nível nacional” da empresa com o apoio ao “desporto motorizado”, depois de o ter feito no “futebol, no surf, no bodyboard e no skate. E sobre as duas e quatro rodas finaliza que os três protocolos assinados cobrem ainda “todos os espetros de idades”.


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