Lagos acolhe pela primeira vez o GC32 Racing Tour, circuito de catamarãs voadores de alta velocidade.
A cidade do barlavento algarvio faz a estreia nestas regatas de barcos (one design foiling) que levitam sobre a água à vista de todos, conseguindo atingir os 40 nós (74 Km/h).
Disputado em quatro locais costeiros no sul da Europa, em Palma de Maiorca (Espanha), Villasimius (Itália) e Toulon (França) e num lago, Riva del Garda (Itália), depois de no passado mês ter arrancado do lago italiano situado em Trentino-Alto Adige, província de Trento, a prova inicia amanhã em Lagos, 28, terminando a 1 de julho.
O campo de regatas situado na Baía de Lagos, protegida dos ventos pelo Cabo de São Vicente, o ponto mais ocidental da Europa e pela Ponta da Piedade, conta, entre outros, com a presença do francês Franck Cammas (Norauto), vencedor da Volvo Ocean Race (2012) e da edição 2016 do GC32 Racing Tour e skipper da América’s Cup (Taça América) e do britânico Ben Ainslie, cinco medalhas olímpicas no currículo, no Ineos Team UK.
Oito equipas, representando sete países e quatro continentes, disputam este circuito europeu que se iniciou em 2014. Os suíços, Realteam, de Jérôme Clerc, defendem o título da edição de 2017 do GC32 Racing Tour.
De notar o regresso da equipa argentina, do Código Rojo Racing, que se estreou no ano passado em duas etapas e que este ano terá uma ajuda extra: Renato Conde, velejador português que no ano passado integrou a equipa da SAP Extreme Sailing Team, tendo passado pela etapa da Extreme Sailing Series 2017 no Funchal, Madeira.
Algarve na rota dos grandes eventos náuticos
O GC32 Lagos Cup, etapa portuguesa deste circuito europeu marca a estreia das águas nacionais e coloca o Algarve novamente na rota dos grandes eventos internacionais de vela. Nos primeiros dias de treinos, as equipas presentes rotulam, desde já, Lagos como um dos melhores sítios do mundo para embarcações com foils.
Christian Scherrer, responsável pela gestão do circuito GC32, não esconde a satisfação por estar em Lagos. “Tivemos sempre o desejo que o circuito passasse por Portugal, o que não tinha sido possível até este ano”, um local “escolhido pelas excelentes condições para a prática da vela durante o mês de junho”, disse.
“O Clube de Vela de Lagos andava à procura de uma prova que pudesse mostrar o nosso campo de regatas e torná-lo mais internacional. Temos uma série de equipas que treinam aqui durante o inverno e acham o local maravilhoso” explica Hugo Henriques, da organização da GC32 Lagos Cup, reconhecendo, no entanto, ser “totalmente diferente” a cidade do barlavento algarvio receber esta etapa do circuito.
O objetivo da organização é que o evento se mantenha a médio/longo prazo: “Se tudo correr bem, a prova deverá repetir-se nos próximos dois anos, até porque os organizadores do circuito procuram parceiros que garantam estabilidade a médio/longo prazo”, sublinha. E Lagos reúne estas condições”, defende Hugo Henriques.
Em termos de investimento a GC32 Lagos Cup ronda os 150 a 200 mil euros, um investimento repartido entre a câmara municipal de Lagos “que comparticipa com 50 por cento”, a Marina de Lagos e a Sopromar com “uma participação em trabalho e serviços” e “restantes parceiros que completam o valor necessário para que a prova se realize”, adiantou este responsável que deixa um aviso: “no futuro será necessário encontrar mais parceiros para viabilizar este investimento”, conclui Hugo Henriques.
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