"O Sport Lisboa e Benfica foi hoje novamente visado, desta vez publicamente, por Rui Pinto, que entendeu levantar suspeitas relacionadas com uma deslocação do ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria ao Estádio da Luz, no verão de 2019, ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas enviavam às autoridades húngaras um pedido para alargar o mandado de detenção europeu que lhe foi aplicado no âmbito do processo-crime cujo julgamento se iniciará no próximo dia 04", lê-se no ‘site' do emblema lisboeta.
O Benfica realçou no comunicado aos sócios que "não ocupa qualquer posição processual no referido processo-crime onde foi emitido o mandado de detenção europeu" e que, dos 90 crimes que o Ministério Público imputa a Rui Pinto, que começa a ser julgado na sexta-feira, o clube liderado por Luís Filipe Vieira não é ofendido ou lesado em nenhum desses crimes.
"Basta este simples facto para se concluir que não há qualquer fundamento na insinuação hoje soprada por Rui Pinto", vincam as ‘águias'.
E acrescentam: "Rui Pinto e os seus assessores jurídicos saberão o caminho e a campanha que escolhem para fazer a sua defesa, jurídica ou mediática, no âmbito do referido processo. O Sport Lisboa e Benfica não está disponível para lhes dar guarida nessa campanha, nem alimentará as necessidades de protagonismo ou de defesa de quem quer que seja".
Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, que começa a ser julgado na sexta-feira, classificou hoje o Benfica como "um polvo de influência" e afirmou que os responsáveis do clube "pensam que dominam o país".
"Este clube é como um polvo de influência. Há um pormenor muito importante sobre o qual quero que o público pense. Ao mesmo tempo que as autoridades portuguesas enviavam um pedido às autoridades húngaras para alargar o meu mandado de detenção europeu, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria recebeu dois bilhetes VIP para jogos do Benfica e teve encontros no estádio do Benfica. Isto é o Benfica", disse Rui Pinto, em entrevista à revista alemã Der Spiegel, publicada hoje pelo Expresso.
Rui Pinto afirma que "depois da publicação de e-mails do Benfica, todos começaram a perceber que o modus operandi dos seus dirigentes era alargar a influência, muitas vezes por cortesia, para alcançar os seus objetivos" e entende que o clube "foi uma das partes mais interessadas no alargamento do mandado de detenção europeu".
O criador do Footbal Leaks, plataforma através da qual divulgou milhares de documentos confidenciais do mundo do futebol e alegados esquemas de evasão fiscal cometidos em diversos países, garante que não se considera um ‘hacker' e defende o papel de 'whistleblower' (denunciante).
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