Após um fim de semana marcado pela conquista de dois títulos mundiais - K1 1.000 e K1 5.000 -, em Montemor-o-Velho, o atleta, recebido hoje nos paços do concelho da sua localidade de origem, realçou que, depois da medalha de prata, em 2012, nos Jogos de Londres, com Emanuel Silva, no K2 1.000, ambiciona o seu primeiro ouro olímpico em 2020, mas com um passo de cada vez.
"O sonho é esse [a medalha de ouro olímpica]. Primeiro é preciso ter o sonho. Depois é preciso trabalhar para se concretizar. O primeiro passo é o apuramento olímpico, e, depois do apuramento olímpico, é que se pode continuar a sonhar com mais certezas de se poder estar na luta", realçou.
O atleta limiano, de 29 anos, alcançou, no sábado, o primeiro título mundial de K1 1.000, categoria olímpica, após ter vencido a final com um tempo de 3.27,666 minutos e superado por 725 milésimos de segundo o alemão Max Rendschmidt, medalha de prata, e por 1,511 segundos o checo Josef Doostal, bronze.
Pimenta realçou que o K1 1.000 foi a especialidade à qual deu "maior prioridade", por ser a "prova rainha da canoagem em todo o mundo" e por ter reunido os "candidatos ao título", que abdicaram da prova de K1 500.
O atleta mostrou-se igualmente satisfeito com a evolução registada face ao bronze no mundial de 2015, em Milão (Itália), e à prata no de 2017, em Racice (República Checa).
Além da vitória inédita em K1 1.000, o atleta limiano repetiu o título mundial de 2017 em K1 5.000, ao completar a prova decisiva com uma marca de 21.42,196 minutos, suficiente para bater o dinamarquês René Poulsen, segundo classificado, por 1,527 segundos, e o espanhol Javier Hernanz, terceiro, por 4,369.
Com um currículo que regista ainda títulos europeus e vitórias na Taça do Mundo, Pimenta admitiu que teve um "fim de semana de sonho", com títulos "muito especiais", lembrando, no entanto, que é hora de "voltar à terra".
Além de ter recebido uma placa de homenagem pelas mãos do presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Vítor Mendes, o canoísta recebeu também uma nova bandeira do concelho, depois de ter ficado sem a bandeira que o acompanhava em todas as competições, em Montemor-o-Velho.
"A bandeira é muito importante. Já me acompanhava desde Londres. Gosto de levar as cores e a bandeira de Ponte de Lima para as competições. Quando demos por ela [em Montemor], a bandeira já lá não estava. Infelizmente, ninguém se denunciou", disse.
Também presente na cerimónia, o treinador do atleta limiano, Hélio Lucas, mostrou-se satisfeito por a estratégia ter funcionado em pleno, sem qualquer problema com as táticas dos adversários, e enalteceu a facilidade com que o seu pupilo venceu a prova de K1 5.000, um dia depois de ter conseguido um feito inédito em K1 1.000.
"O Fernando fez uma prova como nunca vimos na canoagem: controlou a prova do princípio ao final, e, em mais de metade, não deixou ninguém ir para a frente", disse.
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