Uma derrota, um telemóvel atirado ao chão e um jovem adepto magoado com Ronaldo
A última polémica a ver o nome de Cristiano Ronaldo envolvido aconteceu no passado sábado, após a derrota por 1-0 do Manchester United em Goodison Park, casa do Everton. O episódio aconteceu já a caminho do túnel de acesso aos balneários, local onde Ronaldo tirou bruscamente o telemóvel da mão de um adepto de 14 anos e atirou-o com violência ao chão.
Ainda no próprio dia, CR7 pediu desculpa pelo sucedido através das redes sociais.
“Nunca é fácil lidar com as emoções em momentos difíceis como os que atravessamos. Porém, temos de ser sempre respeitadores, pacientes e dar o exemplo para todos os jovens que gostam de futebol”, escreveu o avançado. Além do pedido de desculpa pela 'explosão', Ronaldo convidou o jovem adepto do Everton a assistir a um jogo em Old Trafford como “sinal de desportivismo”.
No entanto, o caso não acabou ali, com a polícia britânica a revelar que está a investigar o caso.
"Quando os jogadores estavam a abandonar o recinto de jogo, foi reportado que um rapaz foi abordado por um jogador da equipa visitante. Está a decorrer uma investigação, já pedimos as imagens de vídeo ao Everton e vamos falar com as testemunhas para estabelecer se houve uma ofensa", revelou a polícia de Merseyside.
Mais tarde, em entrevista ao jornal britânico Liverpool Echo, a mãe do jovem revelou que este é autista e tem dispraxia. Depois, ao The Telegraph, a mãe de Jacob Harding condenou fortemente as ações do 7 do United, lamentando que não tenha havido um pedido de desculpas pessoal ou uma conversa com o seu filho.
"Se alguém fizesse o que ele fez na rua, era detido e interrogado. Ele próprio é pai; estou certa de que, se fosse uma pessoa normal, que levasse o filho a um jogo de sábado à tarde, e isso acontecesse, também ficaria bastante incomodado e chocado. Perguntei-lhe [ao Jacob]: "Gostavas de ir? O Ronaldo disse que podíamos ir ver o Manchester United". Ele disse: "Não, mãe, nunca mais quero vê-lo". Isso é perturbador, porque o Ronaldo era uma das razões pelas quais ele queria ir ao jogo do United", contou a mãe.
O caso Mayorga
Em 2018, Kathryn Mayorga apresentou uma queixa contra o internacional português, acusando-o de a ter violado num hotel em Las Vegas em 2009. A queixa foi acompanhada pela publicação de um longo artigo no jornal alemão Der Spiegel em que Mayorga conta detalhadamente aquela noite.
A acusação refere que o jogador, que estava de férias em Las Vegas, conheceu Mayorga num clube noturno e convidou-a para uma festa numa suite, onde viria a consumar uma relação sexual, apesar dela lhe pedir para parar.
Segundo Kathryn Mayorga, o jogador pagou-lhe 375 mil dólares para manter o encontro entre ambos em segredo. A defesa de Cristiano Ronaldo, através do advogado Peter Christiensen, sustenta que o que se passou foi por mútuo acordo.
No verão de 2019, a Procuradoria de Clark County, nos Estados Unidos, decidiu não acusar Cristiano Ronaldo por violação a Kathryn Mayorga, alegando que as provas contra o futebolista internacional português não eram inequívocas. “O Gabinete da Procuradoria de Clark County anunciou ter rejeitado a acusação de violação contra Cristiano Ronaldo, por atos ocorridos há 10 anos”, referiu, num comunicado.
No mesmo documento, o gabinete da Procuradoria avançou que “tendo em conta a informação disponível, as alegações de violação contra Cristiano Ronaldo não podem ser provadas, por não serem inequívocas”, pelo que “não serão feitas mais acusações”.
Já em 2021, um juiz federal do Estado de Nevada deu razão aos advogados de Cristiano Ronaldo e pediu o arquivamento da queixa de Mayorga. Numa recomendação ao juiz responsável pelo caso, o magistrado Daniel Albregts culpou o advogado da queixosa, Leslie Mark Stovall, de basear de forma inadequada o processo por danos civis em documentos confidenciais roubados e que mostravam comunicações entre Ronaldo e os seus advogados.
“Rejeitar o caso de Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é uma consequência difícil”, destacou o magistrado no seu relatório de 23 páginas dirigido à juíza Jennifer Dorsey, citado pela agência AP. “Mas é, infelizmente, a única sanção apropriada para garantir a integridade do processo judicial”, acrescentou, defendendo que “Stovall agiu de má fé em detrimento de seu cliente e da sua profissão”.
Albregts referiu que o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu um crime e não encontrou evidências de que os seus advogados “intimidaram Mayorga ou impediram a aplicação da lei” quando a ex-modelo retirou as acusações criminais e aceitou o acordo confidencial, no valor de 375 mil dólares, em agosto de 2010.
A notícia deste acordo financeiro foi tornada pública pelo meio de comunicação alemão Der Spiegel, num artigo publicado em 2017 intitulado ‘Segredo de Cristiano Ronaldo’ com base em documentos obtidos na plataforma digital Football Leaks.
Problemas com a Justiça e Fisco espanhóis
Em janeiro de 2019, o jogador português fechou o processo em que esteve envolvido com a Justiça e o Fisco espanhóis, assinando um acordo em que se declarou culpado de fraude fiscal, pagando ainda uma multa de 365 mil euros.
Cristiano Ronaldo reconheceu a culpa em quatro crimes de fraude fiscal num tribunal de Madrid, cometidos entre 2011 e 2014, tendo a sentença divulgada revelado que o jogador, transferido no verão de 2018 do Real Madrid para a Juventus, foi condenado a uma pena de prisão de dois anos, substituída por multa de 365 mil euros.
O avançado internacional português não teve de cumprir a pena, porque a Justiça espanhola não torna efetivas penas de prisão inferiores a 24 meses quando os acusados não têm antecedentes criminais.
De resto, este acordo permitiu fechar o processo judicial aberto contra Ronaldo por ter fugido ao pagamento de impostos de rendimentos recebidos sobre os direitos de imagem em Espanha, quando jogava no Real Madrid. O jogador estava acusado de ter, de forma “consciente”, criado empresas na Irlanda e nas Ilhas Virgens britânicas para defraudar a Autoridade Tributária espanhola.
De acordo com o tribunal, Ronaldo deixou por liquidar as verbas de 1,1 milhões de euros (ME) em 2011, 1,3 ME em 2012, 2,6 ME em 2013 e 0,5 ME em 2014, num total de cerca de 5,5 ME, que acabaram nos 18,8 ME que teve de pagar devido a juros ao longo do processo, tendo sido ainda condenado a uma pena de prisão de dois anos e a uma multa de cerca de 3,1 ME.
O fisco espanhol reteve, cautelarmente, ao jogador 16,7 ME em 2017 e Cristiano Ronaldo já tinha efetuado voluntariamente um pagamento de 5,6 ME em 2018, aos quais juntou outro de um milhão de euros em juros, satisfazendo, segundo aquele tribunal, "integralmente, as quantidades devidas" no processo.
O microfone da CMTV
Durante o Euro2016, ainda na fase de grupos, Cristiano Ronaldo atirou um microfone de um jornalista para um lago.
Depois de ser questionado por um repórter do canal CMTV sobre o jogo agendado para aquela tarde, com a Hungria, o 'capitão' da seleção não respondeu, retirou o microfone da mão do jornalista e arremessou-o para a água.
A CMTV viria a recuperar o microfone e a colocá-lo em exposição no edifício onde está a redação do canal.
O Coca-Colagate
Cristiano Ronaldo preparava-se para fazer a antevisão da estreia da seleção portuguesa no Euro2020, frente à Hungria, jogo que Portugal venceria por três bolas a zero com 'bis' de CR7, quando o número 7 da equipa das quinas, enquanto aguardava pelas perguntas dos jornalistas, afastou duas garrafas de Coca-Cola, que se encontravam junto ao microfone, e recomendou antes água, dando a entender que é mais saudável.
Pegou nas ditas garrafas, da marca que é um dos patrocinadores oficiais do Europeu de futebol, e colocou-as para o lado. Não sem dizer: “água, bebam água”.
O caso teve elevada repercussão, com Pogba e Locatelli a terem gestos semelhantes nos dias que se seguiram, posições que deixaram a UEFA na corda bamba devido aos compromissos com os patrocinadores da competição.
A marquise de Cristiano Ronaldo
Há cerca de um ano, o então jogador da Juventus viu-se envolvido numa polémica devido a uma estrutura metálica construída na cobertura de um apartamento junto ao Parque Eduardo VII, no centro de Lisboa.
A marquise gerou problemas depois de a autarquia da capital ter confirmado que não havia “qualquer pedido ou autorização posterior a 2020, solicitando alterações ao projeto desenhado pelo arquiteto José Mateus”.
Já o arquiteto considerou através de uma publicação nas redes sociais, que não ia “assistir parado” ao “desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil” daquele edifício “sem ter cumulativamente a anuência dos arquitetos, dos vizinhos e sem projeto aprovado” pela autarquia.
A polémica durou poucas semanas, terminando com o desmantelamento da estrutura.
Construções ilegais na casa do Gerês
No final de 2021, Ronaldo viu-se envolvido noutra polémica imobiliária devido a construções ilegais que tinham sido feitas na propriedade que possui junto à barragem da Caniçada, no rio Cávado, em Valdosende, Terras de Bouro. Em causa estava uma casa e um campo de ténis que acabaram por ser demolidos.
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