Aos 20 anos, Martins conquistou a primeira medalha em Mundiais de elite do ciclismo feminino português, ficando atrás apenas da nova campeã mundial, a holandesa Kirsten Wild, e da norte-americana Jennifer Valente, segunda.
O scratch é uma modalidade não olímpica do ciclismo de pista no qual todos os ciclistas começam juntos, com 10 quilómetros de distância até ao final, não podendo perder uma volta para o primeiro, altura em que são eliminados.
Sem pontos intermédios, a chegada à meta é disputada ao ‘sprint’.
Depois de uma corrida que só ‘animou’ nas últimas 10 das 40 voltas ao velódromo da capital alemã, foi na última volta que Maria Martins se posicionou na luta por medalhas ao ganhar posições por dentro, já na última curva, e acabou por ficar atrás de Valente na luta pela prata numa decisão verificada por ‘photo finish’, dada a proximidade.
“A Maria fez uma corrida exemplar, dos pontos de vista técnico e tático. Teve todos os cuidados necessários de colocação e de seguir a roda que nos poderia levar mais à frente, na fase decisiva. Além disso teve a capacidade de não quebrar no momento decisivo. Foi uma corrida fantástica”, realçou o selecionador, Gabriel Mendes, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
Em outubro de 2019, em Apeldoorn, na Holanda, a portuguesa já tinha conseguido o mesmo resultado no Europeu, esse também um feito inédito do ciclismo feminino, após uma carreira com várias medalhas em escalões jovens, disputando ainda, em Berlim, o omnium, disciplina olímpica em que o apuramento olímpico da jovem lusa está matematicamente assegurado.
A prova, que agrega quatro disciplinas, está marcada para sexta-feira, antes de Martins ainda disputar a corrida de pontos, no domingo.
A seleção masculina, que conta com Ivo Oliveira, Iuri Leitão e João Matias, também entra em ação a partir de sexta-feira, com o scratch para Iuri Leitão, o omnium no sábado, ao longo do dia, e a corrida do madison no domingo, último dia de Mundial em Berlim.
O primeiro dia dos Mundiais fica marcado pelo novo recorde mundial da perseguição por equipas no masculino, conseguida pela equipa da Dinamarca (Lasse Norman Hansen, Julius Johansen, Frederik Rodenberg Madsen e Rasmus Pedersen).
O grupo ‘rodou’ a 63,6 km/h para estabelecer um novo máximo, de 3.46,579 minutos, mais de um segundo e meio a menos do que o anterior registo, conseguido por uma equipa da Austrália em fevereiro de 2019, em Pruszkow (Polónia).
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