O Algarve recebe de hoje até domingo a regata “Aos Bordos p’lo Algarve”, prova de vela cruzeiro. Depois de três meses ditados pelo confinamento, o primeiro evento náutico de verão reúne 23 embarcações das classes ORC e NHC e tem como objetivo “relançar a vela em geral e em particular a vela de cruzeiro”, numa região que “aposta no turismo náutico nas suas várias vertentes”.
Organizada pela Marina Yacht Clube de Albufeira (MYCA), Best ESports Team e a Associação Regional de Vela do Sul (ARVS), percorrerá, por etapas, o barlavento algarvio, ligando Albufeira, de onde parte hoje, às 12h00, Portimão, Lagos e regresso a Albufeira, num percurso total de 40 milhas náuticas (64 quilómetros).
“Pensada há dois meses e meio, surgiu em coerência do que se estava a passar. Foi anunciada, no início de maio, uma prova similar em Cascais, Troféu Fundação Mirpuri, e começamos a pensar porque não fazer algo à margem dos campeonatos”, disse ao SAPO 24, Carlos Urtigueira, presidente da MYCA. “Foi concebida numa incerteza. Hoje o que é possível realizar não se sabia na altura e avançámos”, continuou.
Apesar da 1ª edição da prova ser “de cariz social e não competitivo, segue, os critérios da Federação Portuguesa de Vela e da Associação Regional de Vela do Sul”, entidades que aprovaram a realização do evento.
E porque os dias de hoje apelam ao cumprimento de um conjunto de regras sanitárias devido à pandemia da Covid-19, “realiza-se num contexto mar, sem o lado social da náutica, sem programa de convívio entre velejadores”, aponta. “Queremos dar um cunho de responsabilidade na condição de cidadãos e velejadores. Estamos a ser observados e temos que dar o exemplo”, assumiu.
Para o futuro, Carlos Urtigueira deseja que esta regata “seja conjugada com competições destinadas à frota regional e a todas as outras que nos visitam nesta altura”, procurando, assim, “engrandecer a região com mais uma prova de vela”, assegura.
“Uma clara aposta do turismo náutico nas suas várias vertentes”.
Envolvendo o apoio de quatro marinas internacionais com cinco âncoras, equivalente às 5 estrelas no hotel, estes “eventos servem para promover uma procura mais lata e um reconhecimento internacional de uma atividade com potencial por esgotar”, afirmou ao SAPO 24, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, uma região do país que faz “uma clara aposta do turismo náutico nas suas várias vertentes”.
Para João Fernandes, os eventos náuticos “permitiram a presença de 300 atletas olímpicos durante o inverno”, “valorizam a economia do mar e promovem a região como destino náutico”, os diversos tipos de embarcações que atracam na costa algarvia “trazem mais-valias, aliada à sua manutenção” e a “vela é o motor para que muitos residentes comprem a sua habitação ou segunda casa”.
Dados todos eles somados, que permitem posicionar o “Algarve num lugar de destaque no mercado da náutica de recreio ou até desportiva competitiva”, conclui.
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