“Ambos sabemos que só podemos resolver os problemas através da cooperação internacional e […] o mundo precisa agora das Nações Unidas mais do que nunca, [pelo que] quero sublinhar o firme empenho da União Europeia na nossa forte parceria”, disse Ursula von der Leyen.
Falando num ponto de imprensa sem perguntas, no arranque de um encontro de alto nível de dois dias, em Bruxelas, entre a Comissão Europeia e dirigentes da ONU para uma cooperação mais estreita, a líder do executivo comunitário apontou que “o mundo enfrenta desafios sem precedentes”.
“Ainda nem sequer nos curámos dos efeitos da pandemia e já fomos atingidos pelas consequências devastadoras da agressão da Rússia contra a Ucrânia” e, além disso, “há naturalmente a ameaça existencial colocada pelas alterações climáticas, mas também a convulsão económica e social da revolução digital, só para citar algumas das principais questões”, elencou.
Uma das questões em cima da mesa neste encontro de diálogo entre a UE e a ONU, que dura até sexta-feira, é, então, a guerra da Ucrânia.
“Discutiremos a nossa cooperação em apoio da Ucrânia, mas também em apoio daqueles que são indiretamente afetados pela invasão da Rússia e aqui o grande tema é, evidentemente, a exportação de cereais da Ucrânia para o mundo”, destacou Ursula von der Leyen.
De momento, “temos em vigor os nossos corredores de solidariedade, que são complementados pela vossa iniciativa verde do Mar Negro, e que […] já tornaram possível que 45 toneladas de cereais e produtos agroalimentares tenham sido transportados da Ucrânia pela União Europeia para o resto do mundo”, num trabalho em “estreita colaboração” com a ONU, acrescentou.
Dirigindo-se a António Guterres, Ursula von der Leyen agradeceu os “esforços incansáveis” do secretário-geral para prolongar a iniciativa do Mar Negro, acordo que permite a exportação de cereais ucranianos e fertilizantes russos e que expira na próxima segunda-feira.
Também o secretário-geral da ONU vincou que esta é “uma altura em que a cooperação internacional é um desafio devido à invasão russa da Ucrânia, que abalou a região e o mundo”.
Guterres alertou ainda para as consequências das alterações climáticas, para o aumento dos refugiados que fogem de conflitos, perseguições e pobreza, e também para “uma recuperação económica uniforme da covid-19 [que] está a exacerbar as desigualdades”.
“Neste momento o multilateralismo é mais vital do que nunca para proteger o planeta e acabar com a fome, através da seca, dos controlos e das novas tecnologias”, frisou.
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