Os candidatos podem começar a visitar eleitores e imprimir material de propaganda ainda antes do início do período oficial, que começa após a dissolução do parlamento, 25 dias úteis antes da data do escrutínio.

É após esta proclamação que as candidaturas são formalizadas e é dado acesso aos cadernos eleitorais, incluindo da lista dos abstencionistas, permitindo uma abordagem mais direta aos eleitores e encorajá-los a recensearem-se caso não o tenham feito ainda.

A lista das moradas possibilita também o envio postal de folhetos, uma das formas mais visíveis de propaganda, juntamente com os característicos cartazes e ‘posters’ colocados nas portas e janelas dos militantes.

Os comícios de maior dimensão e as arruadas acontecem quando os líderes dos partidos se deslocam a certas partes do país, permitindo o contacto direto com os cidadãos, mas nem sempre são favoráveis.

Em 2010, o então líder trabalhista, Gordon Brown, foi escutado a chamar "racista" a uma militante que se queixou da imigração em Rochdale, a cerca de 300 quilómetros a norte de Londres, causando um escândalo que contribuiu para a derrota do ‘Labour'.

Os beijinhos a bebés e outros momentos espontâneos são cada vez mais controlados e substituídos por ações encenadas para as câmaras de televisão, como visitas a fábricas, escolas ou ‘pubs', os típicos bares britânicos.

Apesar das visitas porta a porta continuarem a ser importantes, os partidos passaram a investir mais em sofisticadas ferramentas digitais para direcionar mensagens específicas aos eleitores nas redes sociais.

O ano de 2010 foi o primeiro em que os principais candidatos a primeiro-ministro se defrontaram em debates televisivos, inovação que deu visibilidade ao liberal democrata Nick Clegg, que conseguiu um resultado histórico e colocar o partido num governo de coligação com os Conservadores.

O resultado dos liberais foi particularmente relevante dada a natureza do sistema eleitoral para o parlamento: o escrutínio uninominal maioritário, com uma só volta, que favorece os grandes partidos.

As jantaradas não têm o mesmo apelo que uma cerveja para os britânicos, como já percebeu o eurocético Nigel Farage, que é visto frequentemente com um copo na mão.

Mas a gastronomia pode ser importante na identificação com os cidadãos e foi isso que Ed Miliband tentou fazer, em 2014, ao pedir para o almoço uma sanduíche de ‘bacon' [toucinho fumado], que é normalmente associada à classe trabalhadora.

Porém, uma fotografia em que mostra o trabalhista a comer de uma forma deselegante só contribuiu para enfatizar o perfil de desajeitado e inapto do antecessor de Jeremy Corbyn.