Espanha acolhe uma numerosa comunidade de venezuelanos, que aguardavam com expectativa a visita de Guaidó, desde segunda-feira numa digressão europeia que o levou a Londres, a Bruxelas, a Davos e a Paris, antes de Madrid.
Recebido ao mais alto nível nas outras etapas da viagem, em Espanha, no entanto, Juan Guaidó foi recebido por cerca de meia hora pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Arancha González Laya, apesar de estar num dos primeiros países a reconhecê-lo como presidente interino da Venezuela.
A oposição espanhola, do centro-direita do Partido Popular (PP) à extrema-direita do Vox passando pela direita liberal do Cidadãos (Cs), disparou críticas a Sánchez, sustentando que não recebeu Guaidó por governar com o Unidas Podemos (esquerda), partido que tem manifestado apoio ao regime de Nicolas Maduro.
Mas as críticas ao governo subiram ainda de tom depois de a imprensa espanhola noticiar um discreto encontro ocorrido esta semana no aeroporto madrileno de Barajas entre um ministro de Sánchez e a vice-presidente venezuelana Delcy Rodriguez, proibida de entrar no território da União Europeia (UE).
O ministro dos Transportes, José Luis Abalos, destacada figura do Partido Socialista espanhol, começou por negar o episódio, para depois dizer que se deslocou ao aeroporto no domingo passado para dar as boas-vindas a um amigo pessoal, o ministro do Turismo venezuelano, Felix Plasencia.
Na sexta-feira, o governo voltou a mudar a versão inicial afirmando que Abalos se viu obrigado a cumprimentar Delcy Rodrigue e que a convenceu a não desembarcar para não violar as sanções europeias.
Depois de dias sem falar do assunto, Sánchez disse hoje que não tenciona demitir Abalos, como exige a oposição conservadora.
“Ele fez tudo o que era possível para evitar uma crise diplomática. E conseguiu”, disse o chefe do governo.
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