O grupo de defesa dos animais L214 publicou no seu site um vídeo de cerca de 4 minutos e 30 segundos filmado, segundo o grupo, no matadouro de Vigan, em Gard. Nas imagens é possível ver um empregado pegar em ovelhas que resistem a entrar no corredor formado por barreiras e lançar os animais repetida e violentamente contra as cercas. Bovinos e suínos, teoricamente degolados depois de terem sido atordoados, sangram, continuando a mexer-se. Um funcionário parece divertir-se ao atingir os animais com um bastão elétrico para testar a sua reação.
Denunciando "cenas intoleráveis que violam as leis e causam grande sofrimento aos animais", a associação anunciou que apresentou uma queixa ao procurador da República de Ales. O procurador "decidiu abrir uma investigação preliminar para verificar as informações contidas nesta denúncia", afirmou esta terça-feira. O inquérito será realizado pela Brigada Nacional de investigação veterinária e sanitária em cooperação com a polícia local, informou. O ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll, condenou num comunicado "estas práticas intoleráveis".
"Desde novembro de 2015, Stéphane Le Foll instruiu os presidentes dos municípios a garantir a prevenção de quaisquer atos de maus tratos durante o abate", lembrou o seu ministério. O gerente do matadouro em questão não respondeu às chamadas da AFP esta terça-feira. Mas as autoridades locais anunciaram o encerramento imediato como "medida de precaução" e "até nova ordem", para permitir a condução do inquérito.
No vídeo divulgado, as imagens não são gravadas com uma câmara escondida móvel, mas são fixas, como as das câmaras de segurança. "Mesmo num matadouro teoricamente orgânico e local, os animais morrem de maneira dolorosa", lamentou a cantora Nili Hadida, do grupo Lilly Wood and the Prick, que apresenta as imagens.
Há quatro meses, a mesma associação de defesa dos animais difundiu imagens de maus tratos filmadas com uma câmara escondida no matadouro municipal de Ales. A sua difusão provocou reações fortes, a abertura de uma investigação preliminar - ainda em curso - e o encerramento temporário do matadouro. Apelando a um confronto com a "crueldade" do abate de animais, a associação L214 pede a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre os métodos de abate em matadouros franceses.
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