O deputado José Luís Ferreira, do Partido Ecologista “Os Verdes”, indicou ainda que não haverá “qualquer documento escrito” que estipule os contornos de uma eventual solução governativa, porque o Presidente da República não o exige, ao contrário de Cavaco Silva.
“Nós não vamos fazer qualquer documento escrito porque isso, como disse, há quatro anos foi uma exigência do então Presidente da República, Cavaco Silva”, exigência “que agora não está presente”, afirmou o ecologista aos jornalistas no final de uma audiência com o atual chefe de Estado no Palácio de Belém, em Lisboa.
José Luís Ferreira notou, então, que “o cenário também não é idêntico a 2015″.
“Em 2015 houve, de facto, um documento escrito, que nós chamamos a posição conjunta do Partido Ecologista “Os Verdes” com o Partido Socialista, porque isso decorreu de uma exigência do então Presidente da República, Cavaco Silva. Agora sabemos que não vai haver qualquer exigência dessa natureza porque foi inclusivamente dito pelo senhor Presidente da República que não haverá qualquer exigência dessa natureza”, insistiu.
Assim, e concordando com a indigitação do secretário-geral do PS, António Costa, como primeiro-ministro, o PEV assinala que tem “a mesma disponibilidade e disposição para aprovar todas as propostas” que “venham promover a justiça social e o equilíbrio ambiental”.
“Mas naturalmente, tal como aconteceu no passado, quando considerarmos que não são justas certamente que não acompanharemos”, ressalvou o dirigente, numa referência a medidas que não constaram dos compromissos assumidos pelo partido ecologista.
No caso dos orçamentos do Estado, serão vistos “caso a caso”, e “nessa altura a decisão ocorrerá”, assinalou o também deputado, lembrando que na legislatura que agora termina o PEV não acompanhou o governo em todas as propostas.
Questionado diretamente sobre se está disponível para repetir a solução governativa que marcou os últimos quatro anos, José Luís Ferreira assinalou que o PEV vai reunir-se na quarta-feira com o PS “onde isso irá certamente ser abordado”.
“A nossa disponibilidade, a nossa disposição mantém-se, até porque nós fazemos uma avaliação positiva daquilo que foi esta última legislatura e, portanto, estamos disponíveis para viabilizar propostas que vão no sentido dos compromissos que “Os Verdes” assumiram com as populações”, assinalou.
Desta forma, “Os Verdes” acreditam que será possível manter a estabilidade na próxima legislatura, mas assinalam que “dependerá naturalmente das propostas que vierem para ser discutidas e votadas”.
Sobre uma possível convergência com outros partidos com bandeiras de foco ambiental, como o PAN ou o Livre, José Luís Ferreira notou que “haverá sempre em função das propostas” e lembrou que o PEV votou “a favor de muitas propostas do PAN nestes últimos quatro anos, como PAN votou a favor de propostas de “Os Verdes”.
Por isso, “certamente que irá ocorrer convergência de votações” na próxima legislatura, e o PEV está aberto “a discutir qualquer solução que seja para melhorar o equilíbrio ambiental, isso sem dúvida”, vincou o dirigente.
A acompanhar José Luís Ferreira estiveram também Mariana Silva, eleita deputada à Assembleia da República nas eleições legislativas de domingo, e Manuela Cunha, da comissão Executiva Nacional do partido.
Marcelo Rebelo de Sousa recebe hoje os 10 partidos com representação parlamentar saídos das eleições legislativas de domingo, com vista à indigitação do primeiro-ministro. O Livre foi a primeira força política a ser recebida e o PS será a última, por ordem de votação.
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