As forças que apoiam o regime dizem que a crise – económica, política e social que obrigou 4,5 milhões de venezuelanos a abandonar o país nos últimos cinco anos – foi causada pela oposição e o Presidente Nicolás Maduro promete mudar a situação.
As eleições, segundo os analistas, não vão atrair uma grande parte da população, mais preocupada com os problemas diários, como sobreviver num país dolarizado (preços afixados em dólares), com alta inflação, escassez de alguns produtos, de água, de gás de eletricidade e de gasolina.
É pouco provável haver mudanças políticas na liderança do país, principalmente depois de 37 partidos opositores se terem recusado a participar, apelando ao boicote das eleições, que dizem serem “uma fraude”.
Alguns analistas estimam por isso que após as legislativas o regime “controle o novo parlamento”.
Desde junho, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela suspendeu a direção dos partidos opositores Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Tupamaro, bem como de vários partidos afetos ao regime, entre eles Pátria para Todos, e ordenou que fossem reestruturados, nomeando direções provisórias para esses partidos.
Os partidos que foram alvo da decisão do STJ aparecem no boletim eleitoral e os seus novos dirigentes dizem responder aos militantes que queriam votar e que continuam a ser oposição.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, os venezuelanos vão eleger 277 deputados, mais 110 do que os eleitos nas legislativas de 06 de dezembro de 2015.
O novo parlamento entrará em funções a 05 de janeiro de 2021, dois anos depois de o líder opositor Juan Guaidó se autoproclamar presidente interino da Venezuela prometendo convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.
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