"As informações de que dispomos continuam a ser de que felizmente não há portugueses entre as vítimas [mortais] e os feridos e que não há estabelecimentos de portugueses que tenham sido objeto de assaltos ou vandalismo", disse Augusto Santos Silva.
O chefe da diplomacia portuguesa falava hoje aos jornalistas, em Lisboa, à margem da apresentação do programa de atividades do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na sede do instituto Camões, em Lisboa.
"A situação política continua muito difícil e isso é mais um argumento a favor da posição que Portugal e a União Europeia e do trabalho que estamos a fazer para facilitar o processo político venezuelano conducente a novas eleições", acrescentou.
Santos Silva, que na segunda e na terça-feira representará o Governo português na reunião do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela, que decorrerá em São José, na Costa Rica, manifestou a "expetativa de que possa haver desenvolvimentos positivos".
A crise política na Venezuela agudizou-se, na terça-feira, quando o autoproclamado Presidente Juan Gaidó desencadeou um ato de força contra o regime do Presidente Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.
Nicolas Maduro, que tem sido alvo de forte contestação nas ruas, mas que aparentemente continua a controlar as instituições, viu as chefias militares confirmaram-lhe a lealdade, mantendo a situação do país num impasse.
Pelo menos cinco manifestantes morreram, três dos quais menores, e 239 ficaram feridos nos protestos que se seguiram ao levantamento encabeçado por Guaidó, segundo informações das Nações Unidas.
Segundo dados do Governo, estão registados nos consulados da Venezuela cerca de 180.000 portugueses, mas estima-se que o total de portugueses e lusodescendentes no país possa ultrapassar os 300 mil.
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