Os Estados Unidos apresentaram um Plano de Transição Democrática para a Venezuela que prevê que o Presidente eleito, Nicolás Maduro, e o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, se afastem para permitir que um Conselho de Estado Plural prepare a realização de eleições presidenciais nos próximos meses, tendo como contrapartida o fim das sanções económicas internacionais contra o regime de Caracas.

Em comunicado, o MNE português saúda esta solução política e lembra a sua urgência, perante a crise sanitária global, provocada pela pandemia de covid-19, que está a afetar gravemente a sociedade venezuelana.

“Neste momento, mais do que nunca, é necessário ultrapassarem-se as divergências políticas, face aos enormes desafios que enfrentam todos os venezuelanos”, diz o ministério liderado por Augusto Santos Silva.

O MNE considera que a solução apresentada por Washington “vai ao encontro da posição sempre sustentada pelo Governo português, de privilegiar uma solução política, inclusiva e pacífica para a situação na Venezuela”.

O Governo português apela “a todos os atores políticos venezuelanos para que considerem, com sentido de Estado e responsabilidade, o Plano de Transição Democrática”, ao mesmo tempo que pede à comunidade internacional “para que continue a desenvolver todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica”.

Portugal e cerca de 60 outros países reconhecem a legitimidade do autointitulado Presidente interino, Juan Guaidó, e pedem novas eleições na sequência de uma crise política provocada pelas eleições presidenciais de 2018, em que Maduro saiu vencedor sob críticas de falta de transparência por parte da oposição.

A Venezuela atravessa uma grave crise política, económica e social que já levou milhões de cidadãos a atravessarem as fronteiras, procurando asilo nos países vizinhos.