Em comunicado divulgado esta noite, o MNE refere que entre os detidos encontram-se “vários nacionais portugueses e lusodescendentes”, lembrando que, na ocasião, “foi salientado o valioso contributo que a significativa comunidade portuguesa e lusodescendente na Venezuela vem dando ao desenvolvimento do tecido empresarial do país e, em particular, à capacidade do setor da distribuição”.
No encontro com o embaixador venezuelano, Lucas Rincón Romero, foi realçada também a “resiliência que estas empresas têm demonstrado face às dificuldades da economia venezuelana, continuando a assegurar um papel social fundamental no abastecimento das populações e na garantia de emprego”.
O ministério liderado por Augusto Santos Silva prossegue: “A comunidade portuguesa na Venezuela, como tantas outras pelo mundo, está profundamente integrada e é conhecida pela sua capacidade de trabalho e pelo respeito pela ordem jurídica do país”.
O Palácio das Necessidades afirma ainda que transmitida a preocupação do Governo português com “a situação dos setores comerciais onde a comunidade portuguesa está fortemente implantada, face às condicionantes económicas e legais que lhes são impostas”.
“As mesmas preocupações foram, na quinta-feira, transmitidas ao ministro para as Relações Exteriores da Venezuela”, acrescenta a mesma nota.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na quinta-feira que 34 gerentes de "grandes supermercados" tinham sido detidos por “violar a lei”.
"Tivemos um grupo de supermercados que esconderam os produtos às pessoas e começaram a cobrar o preço que lhes dava gana", disse.
Maduro falava durante um Conselho de Ministros que teve lugar no palácio presidencial de Miraflores e que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.
Na quarta-feira, 14 gerentes de duas redes de supermercados de portugueses foram detidos pelas autoridades venezuelanas, que os acusam de ter responsabilidade na falta de abastecimento de alguns produtos básicos nas lojas que administram.
Segundo as autoridades, 13 dos detidos são suspeitos de comercialização ilícita de alimentos e alteração dos preços.
Os detidos trabalhavam para as redes de supermercados Central Madeirense e Excelsior Gama.
As detenções foram realizadas numa operação conjunta entre funcionários da Superintendência para a Defesa dos Direitos Socioeconómicos (Sundde) e da Polícia Nacional Bolivariana.
Em Caracas, as detenções foram efetuadas nas localidades de Los Palos Grandes, Plaza Las Américas, La Urbina, Chacaíto, Bello Campo, Guatire e Avenida Vitória.
Por outro lado, fora da capital, várias fontes dão conta de que vários gerentes foram ainda detidos em Los Altos Mirandinos, Barcelona e Puerto La Cruz.
A oposição venezuelana questionou as detenções e acusou o Governo liderado por Nicolás Maduro de ser responsável pela escassez de produtos básicos.
Entretanto, o Conselho Nacional de Comércio e Serviços da Venezuela (Consecomércio) e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviço de Caracas condenaram as detenções.
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