"Já tinha ouvido dizer que ele (Juan Guaidó) prestaria juramento como Presidente do país, mas tendo em conta a atual situação nunca pensei que se autoproclamaria hoje mesmo e na concentração", disse um lusodescendente à agência Lusa.
Juan Ferreira, 35 anos, disse acreditar que a Venezuela precisa de uma mudança urgente em matéria política, económica e social, mas insiste: "Não esperava isto, agora haverá mais momentos de tensão".
Por outro lado, Lourdes Vasconcelos, 60 anos, doméstica, também participou na marcha e em que testemunhou o juramento de Juan Guaidó.
"Fiquei confundida. Não sei se é um passo para encontrar uma solução ou mais um elemento de preocupação", disse, sublinhando desconhecer se "uma medição de forças" é "benéfico para o país e para todos".
Nesse sentido explicou que "tem várias pessoas de família que emigraram do país", uma decisão à qual tem resistido porque, explicou, "tem mais de 50 anos na Venezuela" e todos os seus haveres estão no país.
"Hoje, tenho dúvidas, estou cansada e precisamos de paz. Mas prevejo que vão haver ainda mais motivos de preocupação", antecipou.
Para outro lusodescendente, José Freitas, engenheiro informático, 34 anos, o que a oposição fez é uma "posição de força que teria que acontecer em qualquer momento".
"Há muita gente que espera que se autoproclamasse e se não o fizesse o apoio da população viria a pique. Esse era o momento", disse.
Juan Guaidó autoproclamou-se hoje Presidente interino da Venezuela e prometeu realizar eleições.
O seu ato foi já reconhecido pelos Estados Unidos e Canadá e países latino-americanos como Brasil, Colômbia, Peru, Chile, Equador, Paraguai e Costa Rica.
O México, pelo contrário, continua a reconheceu Nicolas Maduro como Presidente da Venezuela.
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