“Estamos há um ano e grande parte da cidade está às escuras. As falhas persistem, o progresso é pouco”, disse um utilizador do Metropolitano de Caracas à agência Lusa.
Júlio Valdez, 45 anos e pintor de profissão, disse que estava na Praça Venezuela (centro-leste) e se dirigia a Los Dos Caminos (leste) quando o Metropolitano suspendeu o serviço devido ao apagão.
“Falta a luz, a água, a Internet, o gás e os telefones. Não há sinais de melhoria nos serviços. Todos os dias, perto da hora de almoço, até em Caracas, há fortes descidas de eletricidade que afeta os aparelhos”, acrescentou, manifestando temer que em breve haja outro grande apagão nacional.
O apagão de hoje ocorreu pelas 09:30 locais (13:30 em Lisboa) e seis horas mais tarde os clientes continuavam a queixar-se de que estavam às escuras em Chacaíto, Bello Monte, La Florida, Plaza Venezuela, La Castellana, Sabana Grande, La Campiña, Los Caobos e El Rosal, entre outras zonas de Caracas.
Entretanto o Metropolitano confirmou que as estações de Plaza Venezuela e Sabana Grande não prestavam serviço comercial devido a falhas elétricas.
No interior do país, estão parcialmente sem luz os Estados de Carabobo, Falcón, Portuguesa, Trujillo, Mérida e Táchira.
As falhas no fornecimento de eletricidade são frequentes na Venezuela.
A 07 de março de 2019, uma falha na barragem de El Guri deixou o país às escuras durante uma semana.
Poucas semanas depois, a 25 de março, verificou-se um novo apagão, que afetou pelo menos 18 dos 24 Estados do país, incluindo Caracas, que estiveram às escuras, total ou parcialmente, pelo menos durante 72 horas.
Quatro dias depois, pelo menos 21 Estados ficaram sem eletricidade durante 24 horas.
A 01 de abril de 2019, a Venezuela ativou um programa de racionamento de eletricidade que, segundo o ministro de Energia Elétrica, Igor Gavidia se prolongaria por um ano.
Como parte do racionamento, algumas regiões têm apenas 12 horas de eletricidade ao dia.
Os apagões são motivo frequente de protestos, os últimos deles ocorridos nos Estados de Mérida e Zúlia, que segundo a imprensa local estiveram esta semana mais de 72 horas sem eletricidade.
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