Bolsonaro falou pela primeira vez ao país através das redes sociais. No Facebook, em direto, o candidato agradeceu a todos aqueles que lhe confiaram o voto - "muito obrigado pela confiança" - e garantiu aos brasileiros que o país "tem tudo" para ser uma "grande nação".
"Vamos juntos mudar o Brasil", pediu o ex-militar agora eleito como 38.º presidente do Brasil. "Sabíamos para onde estávamos indo, e agora sabemos para onde queremos ir", acrescentou. "Hoje cumpriremos a missão de resgatar o nosso Brasil", disse ainda Bolsonaro ainda no vídeo, momentos antes de sair para a rua e, aí, fazer o seu discurso de vitória à imprensa.
À porta de sua casa, Jair Bolsonaro prometeu um governo "defensor da constituição, da democracia e da liberdade". Para o candidato, o que "aconteceu aqui, nas urnas, não foi a vitória de um partido, mas a celebração de um país pela liberdade".
Assim, Bolsonaro promete um "governo comprometido com o país", formado por pessoas "que tenham o propósito de transformar o Brasil numa grande, livre e próspera nação".
No seu discurso, o recém-eleito presidente prometeu defender a liberdade e o respeito pelos direitos dos cidadãos e das leis do país. Um governo "constitucional e democrático", com respeito pela liberdade política, religiosa e de informar e de opinião, enumerou. "Somos todos um só país, uma só nação, uma nação democrática", acrescentou.
O ex-capitão na reserva avançou já com medidas concretas do seu governo: "o governo federal dará um passo atrás, reduzindo a sua estrutura e burocracia, cortando desperdícios e privilégios, para que as pessoas possam dar muitos passos à frente", disse. Mais, Bolsonaro adiantou que "os recursos federais irão do diretamente do governo central para os estados e municípios". "Mais Brasil, menos Brasília", prometeu.
O novo presidente do Brasil deixou ainda uma palavra de esperança aos jovens e reiterou o compromisso com o equilíbrio das contas públicas do Brasil. "Emprego, renda e equilíbrio fiscal, este é o nosso compromisso", disse. "O défice publico primário precisa ser eliminado e convertido em superavit, esse é o nosso propósito".
Somos um grande país e vamos juntos transformar esse país numa grande nação". Assim Bolsonaro terminou o seu discurso.
O candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL) foi hoje eleito Presidente do Brasil, com 55,6% dos votos quando estavam 92,08% das secções de voto apuradas.
Segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral, que começaram a ser divulgados às 19:00 locais (22:00 em Lisboa), Fernando Haddad (PT, esquerda), conquistou 44,4% dos votos contabilizados.
A segunda volta das eleições presidenciais foi disputada entre Jair Bolsonaro, militar na reserva e deputado federal há 27 anos que passou por diversas forças políticas e este ano se filiou no PSL, e Fernando Haddad, professor universitário, do PT, que foi ministro da Educação nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff e prefeito de São Paulo.
Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Jair Messias Bolsonaro nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) e iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.
Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.
Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.
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