“Este é um bom momento e uma boa oportunidade para ir além de uma simples diminuição da violência e explorar maneiras de alcançar um cessar-fogo”, disse Roland Kobia, em conferência de imprensa.

As conversações entre os Estados Unidos e os talibãs sobre uma futura retirada das forças norte-americanas tinham subjacente uma redução da violência na região e uma abertura para um diálogo inter-afegão.

Contudo, o presidente Donald Trump decidiu, no início de setembro, que as conversações estavam “mortas” depois de um soldado norte-americano ter sido morto num ataque.

Segundo Kobia, um cessar-fogo representaria uma mudança significativa na situação que poderia convencer Trump a retomar as negociações.

“A ideia é realmente ver como podemos avançar para um projeto de um cessar-fogo em vez de mantê-la para mais tarde… A oportunidade agora existe”, acrescentou o emissário.

Questionado sobre como a UE, cuja influência no Afeganistão é limitada, poderia impulsionar as conversações, Kobia sugeriu que os talibã pudessem voltar ao poder “de uma forma ou de outra”.

“Um cessar-fogo seria uma garantia, uma promessa de boa vontade e uma boa preparação para a normalização dessas relações”, acrescentou.

O Afeganistão registou um número sem precedentes de vítimas civis no terceiro trimestre deste ano, com 1.174 mortos, de acordo com um relatório da ONU divulgado na quinta-feira.

Na sexta-feira, um ataque a uma mesquita matou pelo menos 70 pessoas.