O Papa Francisco nomeou hoje 20 novos cardeais, numa cerimónia na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Vêm de todos os cantos do mundo, incluindo o primeiro de Timor-Leste, Virgílio do Carmo da Silva, dois arcebispos brasileiros, Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, e Paulo César Costa, arcebispo de Brasília, bem como o arcebispo de Goa e Damão, na Índia, Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão.
Na cerimónia, repetiu-se o processo tantas vezes visto: o Papa nomeou os cardeais e, um a um, deu-lhes o anel cardinalício, símbolo do seu novo compromisso universal com a Igreja e o gorro do cardeal, vermelho em memória do sangue dos mártires que deram a vida para defender a fé e a missão da sua igreja em Roma.
"Um Cardeal ama a Igreja, sempre com o mesmo fogo espiritual, seja tratando das grandes questões ou cuidando das menores; seja encontrando-se com os grandes deste mundo, seja com os pequenos, que são grandes diante de Deus", disse o Papa na sua homilia.
Francisco lembrou ainda a todos os presentes, incluindo aos cardeais não-eleitores (os que têm mais de 80 anos), que "Jesus quer lançar este fogo sobre a terra também hoje; quer acendê-lo novamente nas margens das nossas histórias diárias."
No fim, deixou ainda uma questão: "Ele chama-nos pelo nome, olha-nos nos olhos e pergunta a cada um: Posso contar contigo?".
Após este consistório, o número total de cardeais aumenta para 227, os eleitores com menos de 80 anos passam de 116 para 132 e, desses, quase dois terços (83 cardeais) foram nomeados por Francisco.
Além das nomeações, o dia de hoje fica também marcado pela visita dos novos cardeais ao Papa Emérito Bento XVI, no Convento Mater Ecclesiae, para um "breve cumprimento" e a oração da Salvé Rainha.
Contudo, os dias de agitação no Vaticano ainda não terminaram. O Papa Francisco vai reunir-se com os novos cardeais, entre segunda e terça-feira, para refletir sobre a nova Constituição Apostólica "Praedicate Evangelium", que reforma a organização da Cúria, a administração da Igreja Católica.
Antes disso, visita L'Aquila este domingo, com passagem pela Basílica de Santa Maria di Collemaggio, com o rito de abertura da Porta Santa para a "celebração do Perdão", instituída pelo Papa Celestino V, aquele que é muitas vezes referido como o primeiro na História a renunciar — embora alguns o tenham feito antes.
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