O Monte Taranaki, agora conhecido como Taranaki Maunga, o seu nome Māori, é a mais recente forma natural a ser reconhecida como pessoa na Nova Zelândia, que já antes tinha decidido que um rio e uma extensão de terra sagrada eram pessoas, conta a CNN.

A lei aprovada confere a Taranaki Maunga todos os direitos, poderes, deveres, responsabilidades e obrigações de uma pessoa. A sua personalidade jurídica tem um nome — Te Kāhui Tupua —, que a lei considera como “um todo vivo e indivisível”. Inclui Taranaki e os seus picos e terras circundantes, “incorporando todos os seus elementos físicos e metafísicos”.

“A montanha tem sido, desde há muito, um antepassado honrado, uma fonte de sustento físico, cultural e espiritual e um local de descanso final”, disse Paul Goldsmith, o legislador responsável pelos acordos entre o governo e as tribos Māori, ao Parlamento num discurso proferido na quinta-feira.

Segundo a lei, uma entidade recém-criada será “o rosto e a voz” da montanha, com quatro membros das tribos Māori locais e quatro membros nomeados pelo Ministro da Conservação do país.

O reconhecimento legal aprova que a montanha foi roubada aos Māori da região de Taranaki após a colonização da Nova Zelândia e cumpre um acordo de reparação do governo do país para com os povos indígenas pelos danos perpetrados contra a terra desde então.

Agora, os direitos legais da montanha destinam-se a defender a sua saúde e bem-estar. Serão utilizados para impedir as vendas forçadas, restaurar os seus usos tradicionais e permitir o trabalho de conservação para proteger a vida selvagem nativa. O acesso público vai manter-se.

Este vulcão adormecido, coberto de neve, é o segundo mais alto da Ilha do Norte da Nova Zelândia, com 2.518 metros, e um local popular para o turismo, as caminhadas e os desportos de neve.