"Parque reservados aos fiéis que participam na missa, catequese e atividades", lê-se no sinal que anuncia o estacionamento. Mas não é só esta a informação disponibilizada. Logo abaixo, um pormenor: o pagamento é feito em orações.
Uma hora custa dez Avé-Marias, duas horas custam 20. E assim se repete até às quatro horas. Chegando às cinco horas de estacionamento, o pagamento aumenta bastante: reza-se um rosário [inclui 200 Avé Marias e outras orações]. E, mesmo para quem só queira ali estacionar 15 minutos, também tem de rezar — mas apenas um Pai Nosso, uma Avé Maria e o Glória.
Ao jornal italiano Avvenire, o padre Vincenzo De Mario explica que esta medida visa "facilitar e aumentar a presença dos fiéis na paróquia".
Contudo, como é que se controla este parquímetro paroquial? "Deus e Nossa Senhora fazem o controlo", responde o padre, convicto de que o melhor que a igreja pode receber são as pessoas e acrescentando que, mesmo que o 'pagamento' não seja totalmente cumprido, já ficava satisfeito com "apenas uma Avé Maria por cada carro".
No fim, a brincadeira é uma forma de atrair as pessoas de volta à igreja, uma vez que é esse um dos grandes problemas da paróquia. "A comunidade é grande, mas a presença é baixa. Os pais não habituam os filhos a virem, depois de serem crismados é difícil ver os jovens a desempenharem funções na igreja. O secularismo está a afetar todos, principalmente as novas gerações", explica.
"Estes projetos são uma forma de ajudar as pessoas a procurarem sentido para as suas vidas", refere o pároco. "O grande problema é a busca pela fé, por algo que motive, mude e dê substância".
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