“A situação dos jovens adolescentes portugueses no domínio da obesidade está estacionária desde 2002. Em 2014 é preocupante a situação dos rapazes mais novos (no grupo de rapazes de 11 anos, um em cada dez tem obesidade”, refere o estudo sobre o “Comportamento em Saúde nas Crianças em Idade Escolar”, que em Portugal é coordenado por Margarida Gaspar de Matos.
Contudo, os dados que hoje são divulgados mostram que a obesidade tende a baixar com a idade, dos 11 aos 15 anos, tanto nos rapazes como nas raparigas.
Segundo os dados comparados da OMS, Portugal surge mesmo como um dos cinco entre 27 países com maior percentagem de adolescentes obesos.
Aliás, Portugal e outros três países (Grécia, Croácia e Macedónia) são os países que registam níveis de 10% ou mais de obesidade nos rapazes.
Quanto à alimentação, os adolescentes portugueses estão a consumir menos doces e menos bebidas açucaradas artificiais, mas estão também a consumir menos vegetais e menos fruta.
“A alimentação dos adolescentes portugueses já anteriormente mereceu um aviso especial aos responsáveis do setor: a nível nacional os jovens referem o seu ‘desgosto’ não só pelos alimentos disponíveis nas escolas como pela sua confeção”, indica a análise.
Mas, os próprios investigadores avisam que os dados referentes a Portugal são relativos a 2014 e que, desde aí, algumas medidas foram tomadas a nível do Ministério da Educação, que incluem linhas orientadoras para a alimentação em meio escolar.
Os investigadores esperam ver resultados destas medidas no estudo que vier a ser realizado em 2018.
No que respeita à atividade física, os adolescentes portugueses continuam a mostrar níveis preocupantes, segundo o estudo, sendo particularmente inquietante a situação das raparigas mais velhas da análise.
“O grupo das raparigas de 15 anos é o menos fisicamente ativo de todos os países incluídos no estudo”, mas também nos rapazes e em todas as idades analisadas (11, 13 e 15 anos) Portugal fica sempre abaixo da média dos países estudados.
Apesar das lacunas na atividade física, os adolescentes portugueses surgem em relativa situação favorável no que se refere ao tempo diário em frente à televisão e ao computador.
Mas isto, avisam os investigadores, pode remeter para o uso de outro tipo de equipamentos, além da televisão e do computador, o que se pretende verificar no estudo que será feito em 2018.
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